Da meia dúzia de homicícios que foram cometidos em Itabuna no último fim de semana, um chama atenção. Paulo Sérgio da Silva, de 35 anos, foi assassinado porque se negou a dar 1 real a um viciado em crack. É o momento em que todos se perguntam qual o preço de uma vida ou se ela ainda está valendo alguma coisa em Itabuna.
A pergunta é: quais são as instituições capazes de recuperar usuários de crack no sul da Bahia? Entre as pouquíssimas existentes, qual tem estrutura, pessoal qualificado, terapias eficientes para libertar o viciado? Resposta: nenhuma.
A região e, em especial, as autoridades, continuam tratando de maneira negligente um problema de uma dimensão monstruosa. A sociedade se espanta com os homicídios, os “índices de vulnerabilidade”, mas não há uma ação incisiva, coordenada, inteligente, para enfrentar o mal que se avoluma.
Provavelmente, muitos ainda precisarão morrer até que essa letargia acabe. Enquanto isso, leiamos com avidez as páginas policiais, observemos os cadáveres na TV, com espanto passageiro e a falsa sensação de que aquilo não tem nada a ver conosco.
Para alguns, as notícias sobre a violência não passam de um entretenimento a mais, um assunto como qualquer outro, que não tem qualquer impacto sobre as suas vidas. A distração só vira problema quando o espectador ou alguém que lhe é próximo se transforma em objeto de reportagem. Aí, infelizmente às vezes é tarde demais para refletir sobre a omissão.
Em tempo: o usuário de crack deixa de ser exclusivamente um problema social na medida em que essa droga tira do indivíduo toda a capacidade de autocontrole. Para satisfazer o vício, ele rouba e mata, não há limites. Os fatos que se repetem todos os dias comprovam essa situação e obrigam a sociedade a rever conceitos e paradigmas.
É preciso declarar guerra ao crack, com todas as armas, de maneira dura, incisiva. Se não for assim, o caos que se avizinha vai se instalar de vez e ninguém estará imune a essa desgraça.
Do Politicaetc
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