Um caminhoneiro confessou ter matado a tiros uma dançarina, de 21 anos, em Nova Campo Grande, Cariacica, município da Grande Vitória, na manhã desta sexta-feira (21). David Corrêia foi localizado pela polícia e preso na noite do mesmo dia. De acordo com o titular da Delegacia de Homicídio e Proteção à Mulher do Espírito Santo (DHPM), Adroaldo Lopes, o motivo da morte foi que a vítima havia ganhado um concurso que a namorada do criminoso gostaria de ter vencido. O enterro da jovem acontece às 14h no cemitério do bairro Itaenga no mesmo município.
O delegado Adroaldo Lopes disse que Alini Gama de Oliveira, de 21 anos, e a namorada de David participavam de uma seleção para atuar como dançarina na gravação de um DVD de uma banda de forró. “A namorada do suspeito ficou decepcionada em perder o concurso para a vítima e chegou a entrar em depressão, segundo David. A gravação aconteceria neste sábado (22), em São Mateus, no Nordeste do estado, e o detido tinha a esperança que com a morte de Alini, a namorada seria chamada para fazer o trabalho no clipe”, explicou Lopes.
Alini Gama de Oliveira foi morta a tiros
(Foto: Reprodução/TV Gazeta)
Segundo o suspeito, a intenção era dar um susto na dançarina e não o homicídio. “Só queria dar um susto nela, não matar. Eu sou uma pessoa trabalhadora”, disse. David ainda explicou o motivo que o levou a procurar a vítima. “A menina ganhou um concurso que minha namorada queria e depois disso ela ficou depressiva”, contou.
A namorada de Dvid também foi conduzida para a DHPM e prestou depoimento. Ela alegou que não sabia dos planos do namorado e foi liberada. “Inicialmente, ela desconhecia os planos dele, mas temos ainda 10 dias para enviar o inquérito à Justiça e nesse tempo vamos averiguar se realmente era isso”, informou Adroaldo Lopes.
O caminhoneiro contou à polícia que acreditava que a vítima não tivesse morrido e após o crime, jogou a arma dentro de um córrego, no mesmo município. Os policiais apreenderam uma moto vermelha usada pelo suspeito para cometer o assassinato.
O delegado Adroaldo Lopes, explicou que rastreou as ligações que David fez para a dançarina. “Ele entrou na página dela em uma rede social e pegou os contatos. Ligou e disse que queria marcar um show”, explicou. O caminhoneiro foi encontrado pela polícia na casa da namorada, em Cariacica. Ele foi levado para o Centro de Triagem de Viana, na região Metropolitana do estado.
Dançarina também trabalhava como modelo fotográfica no Espírito Santo (Foto: Arquivo familiar)
O crime
De acordo com a polícia, Alini foi morta em uma emboscada, por volta das 9h desta sexta-feira (21), no pátio de um hotel, em Campo Grande, Cariacica. Segundo testemunhas, a dançarina havia saído de casa para tratar de um contrato de trabalho. Um dias antes, ela foi procurada por telefone, por um homem que dizia querer contratá-la. Ele marcou um encontro com a jovem mas na verdade era uma emboscada para matá-la.
Ainda segundo Adroaldo Lopes, ao chegar no ponto marcado, Alini atendeu uma ligação e quatro minutos depois foi morta. O assassino estava em uma moto e atirou duas vezes contra a jovem, que foi atingida pelas costas. A dançarina foi levada para um hospital particular no mesmo município, mas não resistiu e morreu.
A moto usada no crime foi apreendida pelos policiais civis. David contou à polícia que jogou a arma usada no assassinato da jovem dentro do Rio Formate, em Cariacica. Durante a manhã deste sábado (22), o suspeito foi levado por policiais e pelo o delegado Adroaldo Lopes até o local onde teria jogado a arma, mas o revólver não foi encontrado. O caminhoneiro possui duas passagens na polícia pelos crime de porte ilegal de arma de fogo e munição.
O delegado contou ainda que David chegou até a dançarina por meio de um site de relacionamento. Lá, ele conheceu como era a fisionomia de Alini e conseguiu o telefone dela na internet. “Expor contatos e informações pessoas nas redes sociais acaba se tornando um perigo. O suspeito disse que encontrou o telefone da dançarina na página do perfil dela, para contatos de trabalho, e foi aí que teve a ideia de usar como isca os contratos de trabalho”, observou Lopes.
A família
Parentes da dançarina ficaram abalados com a morte da jovem. “Nunca imaginava que minha sobrinha tivesse morrido por um motivo tão banal. Não é possível que perder uma oportunidade de trabalho seja motivo para matar alguém. Se a moça não tinha competência para conseguir o contrato naquele momento, que se levantasse e buscasse a vitória. Minha sobrinha não estava tirando nada de ninguém, estava apenas conquistando o espaço dela”, desabafou a tia, Rosa Gama, de 51 anos.