A oposição contará com dois candidatos para a disputa: Claudionor Dutra (PSDB) e Herzem Gusmão (PMDB). De formação técnica, o professor da Uesb Claudionor Dutra coordenou a campanha presidencial de José Serra em 2010. A vitória de Serra em Conquista com 82 mil votos deu confiança à executiva nacional do PSDB para lançar seu nome. Além disso, o processo de reestruturação e fortalecimento da Coopmac realizado em sua gestão credenciou Claudionor à disputa da Prefeitura.
O radialista Herzem Gusmão chega à sua segunda eleição municipal embalado pela votação que obteve nas eleições de 2010 quando foi o deputado mais votado na cidade com 31 mil votos. Em sua primeira disputa para prefeito em 2008, Herzem ficou em segundo lugar, com um percentual bem acima do que apontavam as pesquisas de opinião.
O terceiro partido de oposição na cidade, Democratas, não lançará candidato à prefeito, irá focar a disputa para a Câmara onde seus vereadores Lúcia Rocha e Álvaro Pithon são os mais votados do município. Os Democratas apoiarão Claudionor ou Herzem na eleição. Existe um alinhamento no sentido do apoio irrestrito entre todos os partidos de oposição para o segundo turno.
No caso da situação o cenário é bastante complexo. Os partidos da base aliada municipal têm 7 pré-candidatos para a disputa: Guilherme Menezes (PT), Abel Rebouças (PDT), Fabrício Falcão (PC do B), Capitão Lima (PTN), Joás Meira (PSB), Elve Cardoso (PSB) e Edgar Mão Branca (PV).
Buscando a reeleição, o prefeito Guilherme enfrentará as mais difíceis eleições para o PT nos últimos 16 anos. O cansaço e o desgaste interno da gestão municipal são refletidos na insatisfação popular, esse será seu principal desafio, reverter a rejeição até outubro. A tentativa já começou com as obras de asfaltamento na cidade e recuperação de estradas na zona rural. Contratação de novos funcionários para a prefeitura também estão sendo feitas, mas até agora as tentativas não surtiram efeito.
O outro grande problema para Guilherme é estancar o sangramento eleitoral provocado pelo lançamento da candidatura do deputado estadual Fabrício Falcão. O deputado possui um grande capital eleitoral na cidade, e que sempre votou no PT para prefeito, porém agora, seu eleitorado está motivado pela possibilidade de ver Fabrício na Prefeitura. O PT tenta seduzir o deputado e seu partido para ocuparem a vaga de vice na chapa petista. Fabrício recusou a proposta, porém dirigentes do diretório municipal do PC do B, que detém cargos na prefeitura, fazem esforços para que ela seja aceita.
A pré-candidatura de Abel Rebouças encontra dificuldades de consolidação. Em Vitória da Conquista o PDT indicou Paulo Roberto Pinto para a vaga de reitor da Uesb, dentro da cota de cargos do partido no governo estadual, e a candidatura de Abel seria considerada uma insurgência contra o governador Wagner, que fatalmente cobrará a fatura da nomeação. Foi ventilada a possibilidade de Abel ser vice na chapa do PT pela estreita relação entre os dois partidos.
O PV e o PTN têm problemas internos em Vitória da Conquista para a disputa eleitoral. O ex-deputado Edgar Mão Branca teve uma boa votação na cidade na última eleição e tem grande apelo popular, porém o vereador do partido Beto Gonçalves tem declarado sistematicamente apoio ao prefeito Guilherme, o diretório estadual do PV deu total autonomia para Mão Branca articular sua candidatura. No PTN a situação é parecida, o ex-vereador e Capitão da reserva Humberto Lima é respeitado no meio e tem peso no cenário político, sendo bem recebida sua candidatura. A dificuldade fica por conta da falta de unidade do partido onde alguns membros preferem dar apoio ao PT.
Os médicos Joás Meira e Elve Cardoso foram candidatos a deputado estadual e federal, respectivamente, em 2010 pelo PSB. Suas votações na cidade os credenciaram, pelo diretório estadual do partido, a lançarem candidatura própria, com a benção de Lídice da Mata. Ainda não se sabe se os partidos da situação conseguirão unidade política, como a oposição, num segundo turno. As diferenças dentro dos partidos governistas são latentes.
Daqui até 30 de junho, data limite para formação das coligações, será um período de muita articulação, trabalho de bastidores e busca de apoios. Esta será, sem dúvidas, a eleição mais emocionante e disputada dos últimos tempos, e com um envolvimento maior do eleitorado. O fator segundo turno é o grande diferencial dessa disputa, uma disputa que Vitória da Conquista nunca viu.
José Nunes Neto, estudante de Jornalismo da Uesb.
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