Na areia movediça da política, não há espaços para os ingênuos e os desprovidos de espírito público.
Os pré-candidatos a prefeito de Itabuna não podem ficar chateados com os comentários sobre suas pretensões políticas, que são legítimas e merecedoras de respeito.
Quem pretende entrar na vida pública, assumindo o poder pelo voto popular, sem dúvida o maior instrumento da democracia, não pode ficar tiririca com o pessoal da comunicação.
O projeto político interessa a todos. A vida privada, se fulano ou fulana gosta disso ou daquilo, aí incluindo a preferência sexual, é problema de cada um.
Comentários sobre o particular dos prefeituráveis, com picuinhas, insinuações maldosas e coisas outras, são ridículos. Não merecem nem a lata do lixo.
Até as freiras do Convento das Carmelitas, por exemplo, sabem que candidatura até o fim do processo eleitoral só com alguma possibilidade de vitória.
Quem não pontuar bem nas pesquisas, tendo como limite a primeira quinzena do mês de setembro, terá, compulsoriamente, que entrar no jogo da cúpula estadual das agremiações partidárias.
Os interesses lá de cima, que envolvem os chamados “mangangões”, os que se acham donos vitalícios dos partidos, são como grandes elefantes na frente de pequenas formigas.
Essa conversa de autonomia de diretório municipal para decidir sobre candidatura é conversa pra boi dormir. Se os diretórios não têm autonomia, imagine as coitadinhas das comissões provisórias.
Um acordo na sucessão soteropolitana, envolvendo os partidos de oposição ao governo Wagner, principalmente o PMDB, DEM e o PSDB, é mortal para as articulações interioranas.
Seria de uma ingenuidade gigantesca, de uma infantilidade inominável, alguém pensar que o ex-ministro Geddel não iria fazer um acordo com ACM Neto porque o PMDB de Itabuna pretende ter candidatura própria.
Ou, então, ACM Neto apoiando o candidato do PMDB em Salvador sem exigir como contrapartida o apoio do peemedebismo de Itabuna ao segundo mandato do prefeito Azevedo (reeleição).
Na areia movediça da política, não há espaços para os ingênuos e os desprovidos de espírito público. O melhor conselho é desistir, sob pena de ficar no meio do caminho.
PDT SEM CARGO
Em decorrência de um acordo entre os deputados Félix Mendonça e Geraldo Simões, respectivamente patronos das pré-candidaturas de Acácia Pinho e Juçara Feitosa, o PDT ficou sem cargos no governo Wagner.
A dobradinha Félix e Geraldo, de olho também na sucessão do prefeito José Azevedo (DEM), deixou os pedetistas de Itabuna a ver navios. Muita gente insatisfeita nas hostes do brizolismo tupiniquim.
Marco Wense é articulista do Diário Bahia.
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