Dois homens se casaram em uma cerimônia religiosa no último dia 21 em Caetés, no interior de Pernambuco, e agora são acusados pela igreja de enganar o padre. O religioso afirma que não sabia que a noiva era na verdade um homem e diz que vai anular a cerimônia.
Vestido com um longo branco de cauda alugado para a ocasião por R$ 400, o travesti Rogério da Silva, 26, conhecido como Paloma, afirma ter realizado um "sonho de criança" ao se casar na igreja.
Durante os preparativos para a cerimônia, ela e o ajudante de pedreiro José Ricardo Rocha, 18, procuraram em Caetés o padre Luiz Gonzaga da Silva, da Igreja Ortodoxa Bielo-Russa. "Ele não pediu nossos documentos, só disse quanto ia custar e marcamos a data", afirma Paloma.
A filha do padre, Rejane Silva, disse que os documentos solicitados aos noivos mostravam que a noiva era uma mulher. Por isso, explica, a cerimônia pôde ser realizada.
"Fomos enganados. Isso nunca havia acontecido nos 43 anos que a igreja está instalada aqui em Caetés.
Vamos levar o caso à polícia", diz o porta-voz do padre, José Antônio da Silva. "Quem estava presente na cerimônia agiu como cúmplices, porque sabia que o casamento não poderia ter sido realizado." O padre estava em viagem e não pôde falar.
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