O ex-prefeito de Buerarema, Orlando Filho (PSDB), partiu para o ataque logo após depor na Polícia Federal hoje pela manhã. Acusado de participar de um esquema de compra de votos que teria beneficiado as candidaturas de Jutahy Jr. (PSDB) e Cláudia Oliveira (PTdoB), Orlando treinou a mira e descarregou toda a munição no juiz eleitoral local, Antônio Hygino, ao falar ao blog PIMENTA.
Hygino decretou os mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva, cumpridos na madrugada de hoje pela PF durante a Operação Paga:
- A questão toda é que Hygino resolveu me trucidar. No dia da eleição, colocaram a Polícia Federal em cima de mim e não acharam nada. Trata-se de uma perseguição inaceitável, absurda. Ele solta os bandidos da cidade e resolve prender pessoas de bem – disse, bastante irritado, numa referência à soltura de 19 detentos da cadeia pública local.
Orlando diz acreditar numa orquestração contra ele e acusa o magistrado de nutrir “raiva, rancor, ódio”. “Quem entende um pouco de direito, sabe que bastaria uma intimação para depor. Mas não foi isso o que ocorreu. Ele quer me fazer passar por constrangimento, quer me desmoralizar”.
O ex-prefeito observa que é servidor público federal, tem advogado e residência fixa. “Não devo nada e essa situação é inaceitável. Bastava me intimar e eu iria à polícia depor”.
Orlando relaciona os atos do juiz ao clima de disputa eleitoral eterna no município, após o pleito de 2008. O ex-prefeito arguiu suspeição do juiz em um processo eleitor que ainda pode tirar o atual gestor, Mardes Monteiro (PT), do comando do município.
O processo de suspeição não chegou a ir à frente pois, segundo argumentação do relator Eserval Rocha, foi apresentado fora de tempo. Hygino acabou “absolvido”.
Apesar disso, Orlando Filho disse que sempre tratou o magistrado respeitosamente. “Não concordo com a postura da Justiça. Ele tem um lado. Então, tem que matar o outro?”, questiona.
Filho disse que foi acordado por volta das cinco e meia da manhã e, ao ir depor, já via gente na rua “soltando fogos”. Para ele, a situação deixava claro que a notícia das “conduções coercitivas” de hoje teriam sido vazadas, propositadamente, pelo Judiciário, a fim de constrangê-lo. “Parecia que eu estava sendo preso. Não é verdade. Fui prestar depoimento na polícia”, assinala. O blog não conseguiu falar com o magistrado. Continuaremos tentando.
Do Pimenta
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