A delegada titular de São Sebastião do Passé, Maria do Salete Amaral, deve pedir nesta terça-feira, 5, a prisão temporária de Antônio Cordeiro dos Santos, 54, conhecido como Índio. Ele é acusado da chacina de quatro pessoas de uma mesma família em área conhecida como Taquipe (estação da Petrobras na zona rural do município).
Detido pela polícia num bar da cidade, na segunda, 4, pela manhã, ele é, até o momento, o único suspeito de ter cometido os assassinatos, que teriam ocorrido entre a madrugada e a manhã do último sábado.
Em interrogatório, à tarde, Índio, que mora em Taquipe, negou a autoria do crime, afirmando ainda que não conhecia Francisco Pereira Menezes do Lago, de 54 anos, mesmo morando na mesma localidade em que a vítima morava.
Francisco foi assassinado a golpes de facão e faca em sua casa, juntamente com a esposa, Josefa Pereira dos Santos, 57, e o filho Edimilson Paim do Lago, 29, cujo corpo foi encontrado na cama junto com o da namorada Lysley Shayane Borges Lobo, de 17 anos.
As vítimas foram achadas com vários cortes pelos braços, rostos e pescoços. O sangue espalhado pela casa em meio aos móveis revirados deixava patente o requinte de crueldade.
“A gente cogita um latrocínio, um crime de vingança, temos vários caminhos a percorrer. Mas é ainda muito prematuro para dizer algo. Qualquer afirmação que eu faça agora pode até prejudicar nossa investigação”, afirmou a delegada.
O acusado já responde a um processo por tentativa de homicídio, em 2004, e outro por homicídio, em novembro do ano passado, por ter matado com uma espingarda de cartucho calibre 36, em Amélia Rodrigues, um homem que, segundo ele, o teria roubado e ameaçado de morte.
Somadas ao histórico criminal, duas pistas colocam Índio como único suspeito até o momento: uma é a de que ele havia comentado, logo no início da manhã de sábado, no bar onde foi pego, que matou uma pessoa que lhe devia dinheiro.
“Ele começou a chorar e, apertando o copo, disse que já tinha perdido a mãe mesmo, que não se arrependia de nada”, afirmou uma testemunha.
A outra é a de que ele ameaçou Francisco quando ele iniciou o cercamento de um terreno comprado de morador conhecido como Tonho da Manga. Um dos homens que ajudaram Francisco a fazer a cerca narrou, na segunda, à tarde, a história à polícia.
“Segundo ele, Índio chegou dizendo que o terreno não pertencia nem a Tonho nem a Francisco, que era de Abreu. E disse: ‘Se você cercar, vai ter problema’”, contou o coordenador do Serviço de Investigação da delegacia, Márcio Xavier.
A polícia apura ainda a informação de que Francisco teria com ele R$ 1.500, dinheiro não encontrado na casa.
crédito:atarde
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