Uma semana depois...
Uma semana depois do confronto no Morro dos Macacos, que terminou com 12 mortes, incluindo a de três policiais que estavam no helicóptero da Polícia Militar (PM) abatido, traficantes armados continuam vigiando as ruas que dão acesso à favela, em Vila Isabel. Ontem de manhã, uma equipe do EXTRA flagrou dois bandidos com pistolas, numa entrada próxima à Rua Visconde de Santa Isabel, onde dois policiais militares do 6 BPM (Tijuca) reforçavam a segurança, em frente à carceragem da Polinter.
Escondidos atrás de uma árvore, os traficantes usaram uma criança para mandar recado à equipe de reportagem:
Moço, se continuar fotografando, ele vai te dar tiro", disse o garoto de, no máximo, seis anos. "Quem vai me dar tiro?", perguntou o fotógrafo. "O menino que mandou dizer", respondeu.
Tomada pelo pânico há uma semana, o bairro da Zona Norte volta, aos poucos, à normalidade, apesar da queda do movimento no comércio local.
— As vendas caíram bem, acho que as pessoas ainda estão com medo de sair, mas está mais tranquilo — disse um vendedor que não quis se identificar.
Quem passava pela praça Barão de Drummond tinha mesmo essa sensação. Enquanto aposentados jogavam damas, crianças que não puderam sair de casa esses dias todos, por causa da violência, voltaram ao local para brincar.
— É a primeira vez que trago o meu filho, depois da guerra que teve por aqui. No sábado passado, passei a noite acordado por causa dos tiros. E as famílias que moram na comunidade lotaram essa mesma praça, carregando as roupas nas mãos. O clima era muito pesado — contou um morador, que trabalha na Guarda
Municipal.
De olho no filho que brincava na pracinha, uma moradora do Morro dos Macacos falou
pouco, mas o bastante para ser compreendida.
— Não posso falar muito, porque moro na comunidade, mas graças a Deus, agora está (calmo). Deixei de fazer algumas coisas, ainda mais tendo criança ... Esse foi o primeiro dia que saí — afirmou.
Em ronda pelo bairro, a equipe de reportagem encontrou carros da PM reforçando o policiamento nas ruas próximas ao Morro dos Macacos. Até a tarde de ontem, a Polícia Militar não havia feito nenhuma operação na comunidade, segundo o relações públicas interino da corporação, capitão
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