A
campanha de Celso Russomanno (PRB-SP) se prepara para acionar, na
Justiça, padres católicos que peçam aos fiéis que não votem no candidato
pelas ligações de seu partido com a Igreja Universal. Apesar do
encontro dele com o arcebispo dom Odilo Scherer, no sábado, há relatos
de que religiosos continuam a pregar nessa direção. "Não podemos
controlar todos os padres", diz Rafael Alberto, secretário de
comunicação da arquidiocese, ao receber relato da coluna de que
religiosos, no fim de semana, fizeram pregação contra Russomanno em
igrejas da zona sul. "A orientação de dom Odilo não é essa. Pelo
contrário. Os nossos padres não podem fazer campanha eleitoral de jeito
nenhum." A conversa entre Russomanno e dom Odilo foi mais tensa do que
transpareceu. Logo no começo, o arcebispo perguntou se o candidato
queria gravar a conversa. Diante da negativa, dom Odilo colocou um
gravador sobre a mesa e avisou que ele, sim, registraria tudo. E ainda
chamou outros religiosos para testemunharem o diálogo. "Dom Odilo sempre
grava audiências importantes", diz o secretário Rafael Alberto. E
Campos Machado, coordenador da campanha de Russomanno, diz que
"convenceu" Marcos Pereira, pastor licenciado da Universal e presidente
do PRB, a retirar da internet artigo em que atacava a Igreja Católica. O
documento motivou a crítica de dom Odilo à "manipulação política da
religião". Ainda Russomanno: ele não vai mais caminhar nas ruas. A ideia
é evitar perguntas incômodas de eleitores que seriam "infiltrados" por
campanhas adversárias. A ordem agora é só fazer carreatas, com o
candidato "a dois metros de altura" e inacessível aos "provocadores",
diz Campos Machado.
Matéria do Rede Brasil de Notícias
Texto de Mônica Bergamo
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