Juiz,
que aparece no vídeo onde Cláudia Oliveira debocha do dinheiro público,
devolve processo e julgamento é marcado para próxima quinta-feira
O
Tribunal Regional Eleitoral da Bahia se reuniu na quinta-feira, 13 de
setembro, para julgar o processo onde Cláudia Oliveira é acusada do
crime de “compra de votos”. No início da sessão, a defesa interpôs
recurso pedindo “mais tempo” para analisar os “grampos” telefônicos,
realizados pela Polícia Federal, que incriminam a deputada.
As
inúmeras interceptações telefônicas captaram a quadrilha se preparando
para a prática do crime. Na época, em 2010, os votos teriam sido
previamente “encomendados” pela deputada e o pagamento deveria ser
realizado logo após o resultado das eleições.
O
que ninguém sabia, é que, mesmo depois de presos e soltos sob fiança,
os membros da quadrilha continuaram falando tranquilamente no celular,
não se dando conta de que continuavam sendo monitorados pela Polícia
Federal.
Nas
gravações, obtidas com autorização da justiça, assessores de Cláudia
Oliveira combinam com advogados as estratégias da defesa. Num
determinado trecho, o advogado fala: “… quando te perguntarem do
dinheiro, diga que era da venda de gado”, e do outro lado, um assessor
envolvido responde: “eu não tenho gado, inventa outra …”, o advogado
sugere: “diga então que foi da venda do cacau …”.
O
último recurso, apresentado por Cláudia, foi negado pelo Relator do
processo, Dr. Cássio Miranda, mas outro juiz do TRE, Dr. Josevandro
Andrade, que aparece no vídeo do “agulhão”, fazendo sinal de positivo
com a mão, retirou o processo da pauta no exato momento do julgamento,
sob o argumento de que precisava “analisar com mais cuidado as gravações
obtidas pela PF”.
O
Juiz Federal Saulo Casali ainda argumentou, durante a tumultuada
sessão, que o pedido de vista era “procrastinador”, só visava ganhar
tempo, enfatizando que o crime fora praticado no ano de 2010 e até então
ainda não havia sido julgado. Porém, o regulamento do Tribunal permite a
ação perpetrada pelo Juiz Corregedor, que aparece no vídeo do “agulhão”
de sunga vermelha e camiseta branca.
A
data do novo julgamento já foi definida pelo Tribunal Regional
Eleitoral, estando marcada para a próxima quinta-feira, dia 27 de
setembro, à partir das 9H30 da manhã. Se condenada, Cláudia não só perde
o mandato de deputada estadual, como também tem o seu registro de
candidatura, à prefeitura de Porto Seguro, cassado, tornando-se,
definitivamente, uma “ficha-suja”, pelo prazo de 8 anos, já que será
julgada por um “colegiado” de juízes, em Salvador.
Especula-se
que Cláudia Oliveira lançará o nome de Beto do Axé Moi para disputar o
cargo de prefeito em seu lugar, já que a lei eleitoral permite esse tipo
de manobra até às vésperas das eleições, da mesma forma como fez o
radialista Ubaldino Júnior nas vésperas das eleições de 2008, pois o
ex-prefeito também não podia se candidatar por ter se tornado um
“ficha-suja”, por conta de condenações do TCU – Tribunal de Contas da
União.
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