Poluição sonora em Itabuna está abusiva
e sem controle por parte da prefeitura e das polícias militar e civil. Comerciantes, vendedores, clientes e visitantes se queixam do barulho, que incomoda e também adoece.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que um som deve ficar em até 50 db (decibéis – unidade de medida do som) para não causar prejuízos ao ser humano. A partir de 50 db, os efeitos negativos começam. Alguns problemas podem ocorrer a curto prazo, outros levam anos.
Para Lucílio Bastos (foto), deveria existir um mínimo de fiscalização e regulamentação. Isto possibilitaria ao cliente perceber a mensagem e evitaria a profusão de sons e consequente sensação desagradável e desconfortável que hoje a população de Itabuna vive nas ruas centrais.
Os ruídos vêm de todos os lados: carros de som, moto com som, caixas de som em porta de lojas. Isso sem falar no ‘locutor’ que fica na porta das lojas tentando aos berros atrair o cliente. Este, irritado, ao invés de entrar vai embora e não volta mais.
Bastos lembra que o som excessivamente alto “com certeza afugenta os clientes que não conseguem ter tranquilidade para percorrer o comércio e escolher os produtos que deseja”. Dificulta sobremaneira, inclusive a comunicação com os vendedores.
Eliane Meireles (na outra foto), vendedora de uma loja de perfumaria e cosméticos na Rua Adolfo Maron, confirma. “O som alto o dia inteiro incomoda muito e atrapalha no atendimento. Cliente sem muita paciência não fica na loja. Aqui na rua há casos do carro de som parar em frente à loja, insuportável”.
Tanto Bastos como Eliane concordam que o trabalho desses profissionais (carros de som e locutores) tem importância e pode auxiliar o consumidor sobre as chamadas promoções relâmpagos ou de ocasião. Mas, para ambos, a limitação do volume é indispensável.
“Muitas vezes é impraticável falar ao celular ou mesmo com o vendedor no interior da loja. Isto pode e deve ser observado e solucionado”, diz Bastos. Os dois concordam que há uma espécie de tradição na utilização desse serviço. Entretanto, há o problema da falta de fiscalização.
“Itabuna é um polo comercial, é a vocação da cidade. Precisa de cuidado. Cuidar, regulamentar e fiscalizar demonstra carinho e respeito com a população e com a cidade”, diz Lucílio.
Afasta clientes
A poluição sonora ocorre quando o som altera a condição normal de audição. Embora ela não se acumule no meio ambiente, como outros tipos de poluição, causa vários danos ao corpo e à qualidade de vida. É o que vem acontecendo com quem trabalha no comércio de Itabuna ou faz compras.
Outra que não pouca críticas é a moradora de Itajuípe Ruth Catharine Menezes da Fonseca, que vem a Itabuna praticamente todos os dias a trabalho, para resolver pendências e fazer compras. Ela diz que compra mais em Itabuna do que na cidade onde mora pelas ofertas.
Mas se queixa bastante da poluição sonora e detona “é inadmissível uma cidade do porte de Itabuna permitir esses abusos que causam irritabilidade às pessoas que estão no comércio”. Para ela, falar ao celular no centro é impraticável, muitas vezes tem que entrar numa loja para fugir do barulho.
“Detesto essas lojas que colocam caixas de som na porta. Se eles pensam que atraem os clientes estão muito enganados, é difícil ouvir o que o vendedor fala”. Ela diz que tem feito as compras no shopping Jequitibá, porque não suporta circular pela Avenida Cinquentenário por causa do barulho.
Eliane, a que trabalha na Adolfo Maron, lembra que falar ao telefone fixo também tem sido uma tarefa difícil. Muitas vezes ela e as colegas têm que gritar achando que do outro lado a pessoa não está ouvindo, assim como acontece com elas na loja.
A reportagem de A Região percorreu várias ruas do centro e ouviu muitas queixas de comerciantes do Calçadão Ruy Barbosa, Avenida Cinquentenário, Rua Adolfo Maron, Paulino Vieira e Praça Adami. Todos, sem exceção, reclamaram de lojas que colocam caixas de som na porta.
Um empresário do Beco do Fuxico, que prefere não se identificar, disse que o barulho da caixa de som na porta de uma loja de calçados no Calçadão Ruy Barbosa tira o sossego e irrita os clientes. “Incomodados, eles vão embora de minha loja e das vizinhas”. Numa foto, Lucílio e Ruth, na outra, Eliane
fonte:aregião
Alguém precisa agir em socorro da nossa saúde. Trabalho no calçadão, e o som de algumas malfadadas lojas é absurdamente alto; atrapalha o rendimento de trabalho, pois não conseguimos nos concentrar em nossas atividades, passamos o dia irritados e estressados com o barulho. Os ditos 'locutores' são um problema a parte.. se realizam cantando no maldito microfone como se estivessem num palco. Aff.. difícil ter que trabalhar sem enlouquecer.
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