Franzinas e humildes, a maioria das meninas possui traços indígenas pela origem no interior amazonense. Elas vivem em Autazes, a 150 quilômetros de Manaus e tiveram, segundo elas, as vidas destruídas depois que foram obrigadas a participar de supostas orgias organizadas por estrangeiros em navios de luxo às margens do rio Negro, crime investigado por policiais brasileiros e norte-americanos, com indiciados nos dois países e até um mandado de prisão expedido nos Estados Unidos. Entre 2000 e 2007, o empresário amazonense José Lauro Rocha da Silva, da agência Santana Ecofish Safári, de Manaus, e o norte-americano Richard Wayne Schair, operador da agência Wet Aline Tours, nos Estados Unidos, comercializavam pacotes que promoveriam, segundo denúncias, o turismo sexual, camuflado como passeios de pesca em luxuosos iates da frota Amazon Santana, ancorados na marina Tauã, em Manaus.
Durante os passeios no rio Negro, às margens da cidadezinha de Autazes, Richard e funcionários da agência teriam prometido dinheiro a meninas de 9 e 17 anos para trabalhos de limpeza e cozinha.No navio, elas teriam sido drogadas, embriagadas e abusadas sexualmente. As viagens se repetiram diversas vezes.
Pelo menos 20 crianças teriam sido estupradas ou aliciadas a bordo do iate. A Folha Universal foi até as cidades de Manaus e Autazes, onde entrevistou 9 das supostas vítimas. Elas têm muito medo de falar e desenvolveram traumas possivelmente a partir dos abusos. As meninas mudam de endereço por medo de serem mortas ou sequestradas. Revelam que pelo menos duas delas teriam perdido a virgindade nas mãos de Richard. Uma delas, índia da tribo Mura, teve um filho cujo pai desconhece e largou a escola por vergonha. Uma jovem, que na época das viagens tinha 15 anos, alega sofrer desmaios toda vez que vê algum rosto diferente na cidade.
Uma das menores estupradas a bordo do Amazon Santana tentou denunciar à Polícia Federal de Manaus em 2007. Ao tentar sair de Autazes, foi recolhida por uma conselheira tutelar e levada até a delegacia da cidade, onde foi acusada de estar aliciando menores para prostituição. Segundo a garota, o delegado a trancou em uma cela com pelo menos 20 detentos homens, onde permaneceu durante 3 dias.
Ao saber da história, o advogado Washington Magalhães, conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) apresentou denúncia à Polícia Federal e Phillipe Martelli, concorrente de Richard no ramo do turismo, fez denúncia acompanhada de fotos e vídeos feitos por tripulantes do navio.
Estes fatos estão detalhados na investigação conduzida pelo delegado Roberto Jesus Câmara, da Polícia Federal de Manaus, e relatados no inquérito de número 410.
O FBI (Escritório Federal de Investigação dos Estados Unidos – da sigla em inglês) também enviou agentes a Autazes por haver cidadãos norte-americanos envolvidos. Colheram depoimentos das vítimas, fotos e vídeos apreendidos com tripulantes da Amazon Santana, o que levou o Ministério Público de Atlanta, nos Estados Unidos, a denunciar Richard à Corte Federal, ordenando a prisão dele sob acusação de prática de estupro, pedofilia e exploração de menores. Ele pagou fiança e responde o processo em liberdade.
Richard também foi indiciado no Brasil pelos mesmos crimes, além do proprietário da embarcação José Lauro Rocha da Silva, o tradutor Adilson Garcia da Silva e dois funcionários da agência.
Sandro,
ResponderExcluirEu ano tenho conseguido achar nada nos Estados Unidos sobre a Prisao do Richard Schair. Voce tem como postar mais informacao?
Muito Obrigado.
My name is Sandy Frost and I am the American journalist who has been reporting on this story for over two years. I am interested in finding out more about your report that Richard Schair was arrested in the United States?
ResponderExcluirMy email is sandyleefrost@yahoo.com
Good work by the way!
My website is http://sandyfrost.newsvine.com