Uma embosca cinematográfica na manhã desta terça-feira (30/03), em meio à pista da rodovia BA-290 na saída da cidade de Itanhém, resultou na morte do sargento aposentado da Polícia Militar, Antônio Carlos Borges da Silva, o “Sargento Borges”, abatido com um tiro de escopeta na cabeça e no atentado contra o soldado da ativa da Polícia Militar, cujo nome de guerra é “Pinheiro”, alvejado com três tiros de pistola, e se encontra internado no Hospital Municipal de Teixeira de Freitas em estado grave.
O soldado “Pinheiro” estava fazendo segurança para o “Sargento Borges” que teria ido para Itanhém, ser ouvido pelo juiz José Ricardo no fórum da comarca, nas peças do processo em que ele é denunciado de ter sido o pistoleiro que matou o fazendeiro Luiz de Jesus Tomaz São Leão, o “Luiz São Leão”, 75 anos, morto com um tiro de escopeta no interior da sua propriedade rural localizada no município de Itanhém, em 31 de outubro de 2007. Na saída da cidade o “Sargento Borges” com o soldado “Pinheiro”, a bordo de um Volkswagen Crossfox, cor Preta, foram abalroados por um caminhão basculante e um segundo caminhão de carroceria que vinha de frente e ajudou a imprensar o carro do acusado.
Após achatar o veículo da vítima, os homens desceram dos dois caminhões e metralharam o “Sargento Borges”, com um tiro de escopeta na cabeça. E para não deixar testemunhas, eles dispararam três tiros certeiros no soldado Pinheiro, que ainda conseguiu fugir em direção ao matagal, onde caiu ainda com vida, contudo, para os matadores ele também estaria morto. Em janeiro passado, o “Sargento Borges” já havia sofrido um atentado na Cachoeira da Catabriga na região do distrito de Ibirajá, no município de Itanhém, quando alvejaram o seu carro a tiros, e por esta razão, estava andando com segurança e morando fora da região.
Entenda o caso
No dia 21 de fevereiro de 2008, o Ministério Público da comarca de Itanhém, denunciou oficialmente na justiça, os irmãos Márcio Sena Santos e Kássio Sena Santos, filhos do fazendeiro Zenon Silva Santos, além do policial militar aposentado Antônio Carlos Borges da Silva, o “Sargento Borges”, e o pistoleiro identificado por Gilmar, como acusados principais pela a autoria da morte do conhecido fazendeiro de Itanhém, Luiz de Jesus Tomaz São Leão, o “Luiz São Leão”, 75 anos, abatido com 13 perfurações no tórax em conseqüência de um tiro de escopeta que recebera após seqüestro, ocorrido no interior da sua propriedade rural localizada no município de Itanhém, em 31 de outubro de 2007.
Inicialmente os acusados tiveram suas prisões provisórias decretadas pela juíza Raquel Ramires, substituta da comarca de Itanhém, atendendo um pedido da Polícia Civil, no entanto, 21 dias depois, a mesma juíza revogou o decreto, e os irmãos Márcio e Késsio Sena Santos se apresentaram à Polícia Civil em Teixeira de Freitas. Mas não convencido das declarações dos suspeitos, o delegado da época, Nélis Araújo voltou a solicitar suas prisões na justiça, sendo desta feita, pedido de mandado de prisão preventiva.
E no dia 7 de novembro de 2007, o novo juiz substituto na ocasião da comarca de Itanhém, Humberto Marçal atendeu o pedido do delegado e decretou a prisão preventiva dos envolvidos na morte do fazendeiro Luiz São Leão. Mesmo com prisões decretadas, depois de três meses foragidos, os irmãos Márcio e Késsio se apresentaram ao delegado coordenador Nélis Araújo na tarde do dia 7 de fevereiro e receberam voz de prisão.
A vítima era um dos maiores produtores rurais do município e patriarca da família São Leão, em Itanhém, executado por volta das 12h30min de quarta-feira do dia 31 de outubro de 2007. Conforme os autos, no momento do crime, o fazendeiro estava junto com outros quatro trabalhadores na sua roça aguardando o almoço, quando teria aparecido um automóvel Volkswagem Gol conduzido pelo “Sargento Borges”, que acompanhado de outros três indivíduos, teriam raptado Luiz São Leão, o colocando no porta-malas do veículo, seguindo em direção a uma outra fazenda próxima, momento em que um dos filhos do aposentado, que levava o almoço, ainda pôde presenciar a cena de seqüestro do seu pai.
Alguns minutos após se ouviu alguns disparos de arma de fogo vindo de dentro do mato. O filho voltou para a sede da fazenda para chamar os outros irmãos, que juntos passaram a procurar o pai. Luiz São Leão, de 75 anos, não foi encontrado. A família pediu ajuda para outras pessoas, que depois de mais de 8 horas de busca conseguiram encontrar o corpo alvejado com mais de 13 perfurações. Próximo ao corpo fora encontrada uma cápsula de escopeta calibre 12 e marcas de rajada de balas nas árvores.
Antes, 90 dias do seu assassinato, Luiz São Leão vinha sofrendo ameaças de morte, o que fez com que ele procurasse o major Aílton Batista (em memória), da 44ª Companhia de Medeiros Neto, o antigo juiz de Itanhém, Eduardo Padilha, o Ministério Público, a Delegacia, o comando do Pelotão da Polícia Militar local para denunciar o caso, mas mesmo assim, seu assassinato não foi evitado.
O motivo do homicídio teria sido um problema por causa de divisa de terras que já durava mais de 20 anos, envolvendo a família da vítima e o fazendeiro Zenon da Silva Santos, apontado pelo Ministério Público como mandante do crime. Naquela ocasião do assassinato a Polícia Civil se deslocou até a sede da fazenda dos acusados e lá apreenderam uma escopeta, um rifle calibre 22 e um revólver calibre 38, assim como 21 cartuchos de calibre 12, carregados.
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