Lula gostava e respeitava a imprensa. Antes de ser presidente. Aparecia quase diariamente no noticiário nacional, apontando falhas no governo, cumprindo o papel legítimo de opositor. Direito preservado pela democracia. Convertido a presidente, pela ampla maioria da nação, Lula deixou de gostar da imprensa. Sentimento até compreensível. Governo não gosta da imprensa. É até natural. Agora, é inaceitável a tentativa de comprometer a imprensa para desqualificar as denúncias de escândalos que pipocam no governo. Na era Lula, esse tipo de comportamento ganhou espessura, num movimento paralelo dos escândalos. A cada crime que sobe a rampa do Palácio, o presidente responde com ataques à imprensa, como se o noticiário fosse o culpado das práticas criminosas no seio do governo. Foi a imprensa, cumprindo o papel na sociedade democrática, que deu relevo às práticas corruptas, evitando que o Poder subtraísse o patrimônio público. Essa relação conflituosa pode ser explicada nos escândalos que se sucederam na era Lula. Em oito anos de governo, denúncias feitas pela imprensa levaram à demissão de nove ministros: 1 - Benedita da Silva (Secretaria de Assistência e Promoção Social), flagrada ao pagar com recursos da União a hospedagem em um hotel de luxo na Argentina; 2 - Romero Jucá (Ministério da Previdência), denunciado por irregularidades na aplicação de recursos emprestados pelo Banco da Amazônia; 3 - José Dirceu (Casa Civil), considerado o líder do esquema mensalão; 4 - Antonio Palocci (Ministério da Fazenda), caiu com as denúncias sobre sua suposta participação na quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa na Caixa Econômica Federal; 5 - Luiz Gushiken (Secretaria de Comunicação), suspeito de envolvimento no escândalo do mensalão; 6 - Silas Rondeau (Ministério de Minas e Energia), denunciado de ter recebido 100 mil da Construtora Gautama, acusada de fraudes e desvios em obras públicas; 7 - Walfrido Mares Guia (Relações Institucionais), saiu acossado por denúncias de envolvimento no escândalo do suposto mensalão mineiro; 8 - Matilde Ribeiro (Ministério da Igualdade Racial), acusada de exagerar seus gastos com o cartão corporativo do governo; 9 - Erenice Guerra (Casa Civil), flagrada em tráfico de influência no Planalto para beneficiar os filhos. Por isso, para Lula, a imprensa não presta.(CS)
fonte:paulocaminha
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