A Polícia Federal em Boa Vista (RR) apreendeu ontem R$ 100 mil jogados de um carro que tinha acabado de sair do escritório do senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado e candidato à reeleição.
O dinheiro estava em poder do empresário e colaborador voluntário da coligação de Jucá Amarildo da Rocha Freitas, irmão do deputado Urzeni Rocha (PSDB), que disputa a reeleição.
Detido, Freitas prestou depoimento, ao qual a reportagem teve acesso. Nele, disse que recebeu um envelope das mãos de Jucá, momentos antes da abordagem da polícia, sem saber que se tratava de dinheiro nem que estava endereçado ao seu irmão.
Logo que saiu do escritório de Jucá, o colaborador disse que percebeu que estava sendo seguido pela PF. "Assustado pela situação", diz Freitas, no depoimento, jogou o envelope para fora do carro.
Só durante a abordagem da PF, alega o empresário, ele percebeu que havia dinheiro no envelope -recuperado pelos agentes.
Mais tarde, em entrevista coletiva, a PF informou que eram R$ 100 mil.
Jucá foi depois à PF, acompanhado do deputado federal Márcio Junqueira (DEM-RR). O senador negou envolvimento com o episódio.
Junqueira disse que estava "passando" pelo escritório quando ouviu os disparos, mas que não foram disparados por seguranças de Jucá.
Foi a segunda apreensão de dinheiro envolvendo Jucá nesta semana. Na quarta-feira, a PF apreendeu R$ 80 mil com um coordenador da campanha do senador.
Havia a suspeita de que a quantia seria usada para compra de votos. A campanha de Jucá nega e afirma que o dinheiro seria usado para pagar cabos eleitorais.
À noite, o superintendente da PF Herbert Gasparini disse haver investigação aberta, mas evitou ligar o nome do senador ao fato, embora tenha confirmado que agentes estavam em campana em frente à produtora de Jucá e que houve um disparo.
A PF apreendeu ainda um carro forte, com R$ 800 mil, em frente a uma agência do Banco do Brasil, em Boa Vista. O advogado da Coligação "União por Roraima", de Jucá e do governador Anchieta Júnior (PSDB), disse que R$ 761 mil pertencem à aliança e têm origem regular. Segundo a PF, o valor só será liberado após essa confirmação.
Jucá já foi também líder do governo Fernando Henrique Cardoso e ministro da Previdência de Lula.
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