Muita gente acompanhou a história sofrida de Edna Oliveira Melo. Com uma úlcera crônica na perna, ela enfrentou cinco anos de humilhações e desrespeito no INSS em Itabuna, na tentativa de se aposentar. O drama só terminou em setembro do ano passado, quando finalmente Dona Edna conseguiu assegurar o direito que a lei lhe assiste.
Via crúcis semelhante é enfrentada pelo ex-operário Manoel Messias Pereira Menezes. Apesar de ter apenas 49 anos, ele carrega no corpo a marca de anos de trabalho duro. No Rio de Janeiro, atuou nas obras de uma das usinas nucleares de Angra dos Reis e foi funcionário da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Carrega de um lado para o outros os documentos que comprovam esses empregos, além de outros no setor da construção civil.
Manoel Menezes também anda sempre munido de papéis que confirmam a precariedade do seu estado de saúde. De acordo com os exames, ele tem nove hérnias de disco, artrose nos joelhos e perda auditiva profunda. Um dos laudos médicos atesta que o paciente está “impossibilitado de realizar atividades laborativas ou qualquer outra que necessite de esforço físico, devido às constantes dores na coluna lombar e nos joelhos, e complicações na coluna cervical”.
Em consequência dos fortes anti-inflamatórios que precisa tomar, Manoel Menezes também desenvolveu problemas no fígado e anomalia no baço. Em 2007, o ex-operário chegou a receber auxílio-doença pelo período de cinco meses, mas depois um médico do INSS afirmou que ele poderia trabalhar.
JUSTIÇA
Diante da situação absurda, restou a esse cidadão clamar por socorro na justiça federal. Enquanto aguarda o julgamento da ação, Manoel Menezes sobrevive graças à solidariedade de parentes, que o abrigaram em uma casa no bairro Nova Itabuna. Mas nem sempre foi assim…
Há algum tempo, Manoel Menezes, um trabalhador, se viu obrigado a viver nas ruas de Itabuna e passar as noites embaixo de marquises. Tudo porque, contrariando todos os laudos médicos, o INSS está certo de que ele tem condições plenas de trabalhar.
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