Noite de quinta-feira (25 de fevereiro), já passava das 22 horas. Eu passava os olhos num livro quando, de repente, uma gritaria na rua desviou minha atenção. Fui até a janela do apartamento e deparei com a cena inusitada. Bem em frente ao prédio, um ônibus parado, pisca-alerta… Dentro, uma mulher descontrolada, vários passageiros atônitos e dois policiais militares mobilizados em uma operação das mais ridículas.
Da janela, apurei a conversa lá embaixo. Aparentemente, a mulher tinha um cartão de gratuidade e o motorista havia cismado de que a foto no documento não era da portadora. A passageira “se espalhou”. O motorista, que poderia ter tido o bom senso de resolver a questão de outra forma, optou por mudar o roteiro do ônibus, dirigindo-se para a sede da 1ª Companhia da Polícia Militar. Passou em frente, fez sinal e os PMs foram acudir.
Os policiais se aproximaram e tentavam entender o que ocorria, mas a mulher não parava de esbravejavar. Dizia, gritava, que o documento era dela. O motorista duvidava, acusava, exigia que a passageira descesse, caso contrário não seguiria viagem. A coisa foi ficando cada vez mais absurda. Os demais passageiros, coitados, tiveram que sair do ônibus. Já passava das 22h30min, um casal desceu resignado a escada do veículo, o pai a filha no colo, dormindo. Naquele horário, atravessaram a pé a velha ponte do bairro da Conceição.
Àquela altura, a mulher já fazia questão de ser levada para a delegacia. E iria mesmo, pois – coberta de razão – já tinha xingado toda a briosa polícia militar baiana, do aspirante ao comandante da corporação. Barraco armado, o motorista resolveu tardiamente contornar. O policial respondia, irritado. “Agora não, você nos chamou, ela nos desrespeitou. Vamos ter que levar”.
Passou-se quase uma hora, chega a viatura, mais um policial. A mulher, prontamente, levantou-se e acompanhou os PMs na maior boa vontade. “Mas esse descarado vai também”, dizia ela, referindo-se ao motorista, que aproveitava a confusão para tragar um cigarrinho. O ônibus, parado no meio da rua, piscando…
A viatura seguiu com a mulher, que descobri chamar-se Amaildes de Almeida. O motorista seguiu atrás, dirigindo o ônibus. E eu, vendo tempo e energia desperdiçados com um fato tão banal, quando os recursos da polícia são tão escassos, fiquei a pensar no nível a que pode chegar a estupidez humana.
Em tempo: na delegacia, descobriu-se que a passageira falava a verdade.
politicaetc
Ao ler esta noticia sinto uma mescla de raiva e decepção.Não se pode entender como algo assim pode ocorrer.É percebível no trânsito a irresponsabilidade e imprudência de alguns motoristas, mas num caso desses a passageira deveria acionar a justiça contra a empresa que tem em seu quadro funcional um acéfalo!.Já passei por horrores sendo passageiro, da falta de troco e educação do cobrador ao medo de uma colisão , numa investida mais ousada do motorista.O que nos falta é educação, religião e família.
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