“O dono de uma loja de calçados mandou um funcionário a uma pequena cidade, para avaliar a possibilidade de abrir uma filial.
No dia seguinte, o funcionário manda um email pro chefe, dizendo:
-Aqui a gente não vai vender nem um par de chinelos. Nessa cidade, todo mundo anda descalço.
Em busca de uma segunda opinião, o chefe manda outro funcionário à mesma cidade.
Um dia depois, recebe o email:
-Chefe, aumente os estoques, a gente vai vender sapatos pra caramba. Nessa cidade só tem gente descalça”.
A historinha acima, bem apropriada aos livros de auto-ajuda, muito em voga atualmente, pode perfeitamente ser adaptada à realidade do Sul da Bahia, região que nas últimas duas décadas vem sofrendo com uma crise sem precedentes, mas que está diante da possibilidade de um novo ciclo desenvolvimento.
Obras importantes como o Porto Sul, a Ferrovia Oeste-Leste, a Zona de Processamento de Exportações e o Gasoduto da Petrobras, além da recuperação do setor agrícola através do PAC do Cacau, certamente darão um novo impulso à economia regional, criando oportunidades para uma série de negócios, que surgirão não apenas no eixo Ilhéus-Itabuna, mas também nas demais cidades sulbaianas.
Em vez de ficar achando que as obras não sairão do papel e que se saírem não trarão grandes benefícios, os empreendedores da região -e eles são muitos- devem se preparar para suprir uma demanda por serviços como alimentação, lazer, saúde, educação, turismo, fornecimento de insumos industriais e outros.
Em vez de ficar achando que os melhores empregos serão destinados às pessoas de fora, é preciso que se invista em capacitação profissional, em reciclagem, justamente para pode disputar esses empregos, bem remunerados, em situação de igualdade.
Temos uma capacidade empreendedora e de trabalho que precisa ser ampliada e valorizada.
E o tempo de se preparar para esse mar de oportunidades é agora, não quando as obras estiverem concluídas.
É escolher entre os dois vendedores de calçados: o que enxerga, mas não vê e o que vê e enxerga longe.
E caminhar para não ficar para trás, porque esse é um processo em que os primeiros serão os primeiros e os últimos serão os últimos.
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