ERUDITISMO versus CULTURA DO CRÉU
É impressionante como a sociedade valoriza tanto as coisas pífias deste mundo, ou deste século, para ser mais exato. O que antes era visto como a escória, hoje tem lugar de destaque. Da mesma forma como o que era belo e agradável, hoje e rejeitado e muitas vezes ignorado.
Assim é o quadro predominante da cultura musical de nosso país. O eruditismo ainda persiste; capenga, mas tenta respirar ante ao que chamamos de subcultura. É aí que entra a cultura do Créu. Sabe, aquela dança promíscua que tem atraído milhares de pessoas, a maioria formada por adolescentes e jovens afoitos para externarem os seus mais profundos desejos lascivos.
A Cultura do Créu já teve diversos nomes, segundo cada fenômeno do gênero no país. Já foi a Cultura do Tchan, da boquinha da garrafa, das popozudas, cachorras e afins, das “atoladinhas”, das piriguetes e tantas outras coisas, que recorrem a elementos sexuais e pejorativos para adquirirem força e vigor.
Tais fenômenos com seus elementos possuem o aval da maioria das pessoas, o que nãoé restrito apenas uma classe social. Seja rico, pobre, abastado ou infeliz, a Cultura do Créu está presente nas festas familiares, nos aniversários, nos almoços, no CD player do filho ou no MP4 da filha.
A música (a clássica, erudita, ou mesmo as populares, mas complexas) já teve seus dias de glória. Além das orquestras e dos corais espalhados mundo a fora, a música popular ganhou notoriedade entre as décadas de 50 a final dos 80. Nomes como Ivan Lins, Guilherme Karan, Djavan, Tom Jobim, Vinícius de Morais, Elis Regina, Toquinho, Altamir Carrilho, Waldir Azevedo, entre outros, se tornaram ícones da boa música. E isso, só em nível de Brasil.
Dos anos 90 em diante, apareceram coisas boas, mas muita coisa ruim. A música erudita é caracterizada pelo conjunto de harmonias e melodias acidentais, correlatas, mediatas, com bastante ênfase em acordes diatônicos. São freqüentes notações como C#7/9, E- 7/6-,A7/13, e etc. (Só quem é do ramo compreende).
Na Cultura do Créu, essas notações não têm espaço algum. Nem se quer há a necessidade de instrumentos. Basta apenas uma base rítmica, coordenado por um D.J., acrescidos de outros efeitos digitais. Daí é só chamar um desafinadíssimo cantor (M.C., no jargão funkeiro), mais algumas dançarinas com o mínimo de roupa possível e derrière fabuloso e pronto! A festa está pronta, e a cultura do Créu, festa após festa, ganha seu espaço.
Já a música erudita, coitadinha! Está sucumbe nas universidades, conservatórios e escolas de músicas. Os instrumentistas passam fome, os professores são mandados embora por falta de salário e projetos belíssimos para melhorar a cultura musical de uma sociedade são engavetados, esquecidos ou simplesmente rejeitados pelo poder público. A tese é simples e fácil de assimilar: É Créu neles!
Que vergonha. Sem querer comparar o nosso país com as “potências”, mas nações como Estados Unidos, Alemanha, França e Itália já enfatizam a cultura musical n sociedade. Uma criança de cinco anos nos Estados Unidos consegue facilmente ler semínimas e colcheias em uma partitura. No Brasil, uma criança da mesma idade só sabe dizer que a Mulher Moranguinho é gostosa! (com o perdão do termo, mas é a realidade).
Vale agora saber até quando vamos continuar consumindo esse tipo de produto. E ainda mais: quando será que o poder público vai olhar para os milhares de músicos, iniciantes e profissionais (registrados, inclusive), que estão sofrendo e sendo ignorados, sem ter uma verba específica o suficiente para custeá-los e mantê-los? Quando serão honrados e valorizados? Quando tirarão parte do que é gasto em festas populares, como arraiais, carnavais, etc. (“Pão e Circo”) e passarão a rever as prioridades da casa? Quando as “esmolas” vão dar lugar a financiamentos e convênios com instituições musicais de peso? Quando outro créu (já com outro nome) surgir e entediar a população?
Assim é o quadro predominante da cultura musical de nosso país. O eruditismo ainda persiste; capenga, mas tenta respirar ante ao que chamamos de subcultura. É aí que entra a cultura do Créu. Sabe, aquela dança promíscua que tem atraído milhares de pessoas, a maioria formada por adolescentes e jovens afoitos para externarem os seus mais profundos desejos lascivos.
A Cultura do Créu já teve diversos nomes, segundo cada fenômeno do gênero no país. Já foi a Cultura do Tchan, da boquinha da garrafa, das popozudas, cachorras e afins, das “atoladinhas”, das piriguetes e tantas outras coisas, que recorrem a elementos sexuais e pejorativos para adquirirem força e vigor.
Tais fenômenos com seus elementos possuem o aval da maioria das pessoas, o que nãoé restrito apenas uma classe social. Seja rico, pobre, abastado ou infeliz, a Cultura do Créu está presente nas festas familiares, nos aniversários, nos almoços, no CD player do filho ou no MP4 da filha.
A música (a clássica, erudita, ou mesmo as populares, mas complexas) já teve seus dias de glória. Além das orquestras e dos corais espalhados mundo a fora, a música popular ganhou notoriedade entre as décadas de 50 a final dos 80. Nomes como Ivan Lins, Guilherme Karan, Djavan, Tom Jobim, Vinícius de Morais, Elis Regina, Toquinho, Altamir Carrilho, Waldir Azevedo, entre outros, se tornaram ícones da boa música. E isso, só em nível de Brasil.
Dos anos 90 em diante, apareceram coisas boas, mas muita coisa ruim. A música erudita é caracterizada pelo conjunto de harmonias e melodias acidentais, correlatas, mediatas, com bastante ênfase em acordes diatônicos. São freqüentes notações como C#7/9, E- 7/6-,A7/13, e etc. (Só quem é do ramo compreende).
Na Cultura do Créu, essas notações não têm espaço algum. Nem se quer há a necessidade de instrumentos. Basta apenas uma base rítmica, coordenado por um D.J., acrescidos de outros efeitos digitais. Daí é só chamar um desafinadíssimo cantor (M.C., no jargão funkeiro), mais algumas dançarinas com o mínimo de roupa possível e derrière fabuloso e pronto! A festa está pronta, e a cultura do Créu, festa após festa, ganha seu espaço.
Já a música erudita, coitadinha! Está sucumbe nas universidades, conservatórios e escolas de músicas. Os instrumentistas passam fome, os professores são mandados embora por falta de salário e projetos belíssimos para melhorar a cultura musical de uma sociedade são engavetados, esquecidos ou simplesmente rejeitados pelo poder público. A tese é simples e fácil de assimilar: É Créu neles!
Que vergonha. Sem querer comparar o nosso país com as “potências”, mas nações como Estados Unidos, Alemanha, França e Itália já enfatizam a cultura musical n sociedade. Uma criança de cinco anos nos Estados Unidos consegue facilmente ler semínimas e colcheias em uma partitura. No Brasil, uma criança da mesma idade só sabe dizer que a Mulher Moranguinho é gostosa! (com o perdão do termo, mas é a realidade).
Vale agora saber até quando vamos continuar consumindo esse tipo de produto. E ainda mais: quando será que o poder público vai olhar para os milhares de músicos, iniciantes e profissionais (registrados, inclusive), que estão sofrendo e sendo ignorados, sem ter uma verba específica o suficiente para custeá-los e mantê-los? Quando serão honrados e valorizados? Quando tirarão parte do que é gasto em festas populares, como arraiais, carnavais, etc. (“Pão e Circo”) e passarão a rever as prioridades da casa? Quando as “esmolas” vão dar lugar a financiamentos e convênios com instituições musicais de peso? Quando outro créu (já com outro nome) surgir e entediar a população?
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