O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso na sede da Polícia Federal (PF) em Curitiba desde março deste ano, terá que pagar fiança de R$ 5 milhões para deixar a carceragem e cumprir com o acordo de delação premiada aprovado pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele também terá que devolver outros valores e benefícios aos cofres públicos. Na terça-feira (30), ele obteve o benefício da prisão domiciliar e deve deixar a sede da PF no início da tarde desta quarta-feira (1º).
Conforme a polícia, ele seguirá em um avião da Polícia Federal de Brasília e vai direto para a casa da família, no Rio de Janeiro, onde permanecerá até ser julgado. Durante esse período, ele será monitorado por uma tornozeleira eletrônica e terá que cumprir regras para não perder os benefícios oferecidos pela delação.
Costa foi preso durante a operação Lava Jato, deflagrada pela PF em vários estados brasileiros e no Distrito Federal no dia 17 de março. A operação investiga um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. Conforme a PF, a organização criminosa era liderada pelo doleiro Alberto Youssef, que também está preso na carceragem em Curitiba.
Depois de homologar o acordo, Zavascki transferiu para a Justiça Federal do Paraná a decisão sobre a prisão domiciliar de Costa. O juiz Sérgio Moro, responsável pelo processo da Operação Lava Jato, concedeu o benefício.
Pelo acordo da deleção premiada, Costa denunciou políticos que teriam se beneficiados de um esquema de pagamento de propina em contratos da Petrobras com outras empresas. O conteúdo dos depoimentos é sigiloso para resguardar as investigações. Agora, as confissões do ex-diretor da Petrobras ficam formalizadas na Justiça. Segundo a homologação feita pelo ministro Zavascki, há a confirmação oficial de um possível envolvimento de várias autoridades com foro privilegiado, inclusive parlamentares federais, citados na delação de Paulo Roberto
Além da multa de R$ 5 milhões, Paulo Roberto se comprometeu a devolver valores aos cofres públicos e não poderá mentir ou se recusar a entregar provas. Caso isso aconteça, a delação perderá o efeito, ainda conforme o MPF. O acusado também se comprometeu a devolver bens como uma lancha avaliada e um terreno em Mangaratiba, no Rio de Janeiro, ambos com valores acima de R$ 1 milhão. Após ser preso em março durante a Lava Jato, Costa foi libertado em 19 de maio por ordem do ministro Teori Zavascki. No 11 de junho, ele voltou a ser preso, a pedido do MPF.
Fonte: G1
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