O padre Marcelo Rossi foi monitorado de perto pelo Vaticano durante quase 10 anos, segundo revelou nesta terça-feira (30) reportagem do UOL. No período, as ações, discos, livros, missas e até aparições na TV do padre eram seguidos de perto, em uma investigação feita a partir de uma denúncia.
A denúncia foi feita por um religioso brasileiro que acusou o padre de incentivar um culto ao personalismo e de desvios das práticas católicas por transformar a missa em "circo". A Congregação para a Doutrina da Fé, liderada pelo então cardeal Josph Ratzinger, que depois se tornou o papa Bento XVI, comandava a investigação. O nome é a nova maneira que o Vaticano se refere à Inquisição - a Cogregatio foi responsável pela morte de milhares de pessoas entre os séculos XII e XIX. A Congregação recebia vídeos com as participações do padre em programas de TV como o "Domingão do Faustão".
O padre Marcelo Rossi e seu superior, o bispo Dom Fernando, estiveram perto de serem chamados ao Vaticano para prestar contas no final de 2004. Ele teria as atividades suspensas, assim como a publicação e lançamento de livros e CDs por pressão do denunciante, que não teve a identidade revelada. Caso isso acontecesse, o padre não poderia mais celebrar missas, fazer comunhão ou ouvir confissões.
A punição acabou não acontecendo por conta da morte do papa João Paulo II, em abril de 2005, quando a atividade da Congregação foi interrompida com a eleição do seu "prefeito", Ratzinger, como novo papa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário