Mulher é coagida para inocentar acusados
de cobrar pedágio para que fazendeiros tivessem acesso às suas propriedades em Ilhéus. O processo que investiga a ação de supostos índios tupinambás da região de Olivença ganhou novos elementos. Um vídeo, que teria sido gravado pelo procurador federal Israel Nunes, revela mais um escândalo envolvendo os acusados.
Segundo as investigações, um funcionário da Fundação Nacional do Índio (Funai) tentou convencer a comerciante Linda Souza Cerqueira a assinar termo de depoimento retirando as acusações e notícias crimes contra os homens que cobravam pedágio para acesso ao Areal Aliança.
De acordo com as investigações da Polícia Federal, os fazendeiros eram obrigados a pagar R$ 1 mil por mês para ter acesso às próprias fazendas. Linda Souza foi uma das que denunciaram o esquema de cobrança ilegal de taxa pelos supostos índios.
A mulher contou que os “índios” passaram a extorquir há pouco mais de um ano, depois de conseguir autorização para retirar areia de sua fazenda. Logo em seguida, os homens apareceram dizendo que só liberariam a passagem de veículos mediante o pagamento do pedágio.
Ela afirmou que, como ficou sem ter como bancar a cobrança, teve que dar um carro como pagamento. Avaliado em R$ 25 mil, o veículo foi apreendido pela Polícia Federal há cinco meses e um homem de prenome Gildo foi indiciado por extorsão.
Coação
Mas as exigências foram mantidas e, depois de uma operação, no início de abril, a Polícia Federal prendeu em flagrante Estanislau Luiz Cunha e Nerivaldo Nascimento Silva (foto). Linda Souza foi, então, convidada para uma reunião na sede da Funai, em Ilhéus.
Além do pedido para a retirada das acusações, a vítima de extorsão teria que comprometer-se a contratar Estanislau Luiz como vigia para o areal. Ele e Nerivaldo Nascimento foram indiciados por formação de quadrilha e extorsão.
Segundo matéria publicada na sexta-feira, 29, pelo A Tarde, no vídeo entregue à Polícia Federal a empresária contesta a proposta de retirar as queixas. “Eu não disse pra polícia que foi extorsão, eu disse que os índios exigiam pagamento para que eu tivesse acesso ao areal, e isso é verdade”.
O jornal afirma ainda que o agente da Funai José Flores diz na gravação que é “comum e legal” a prática de cobrança de pedágio por índios em todo o país e que esta é uma “coisa que nós brancos ensinamos a eles”.
O A Tarde diz que a carta de retratação e o vídeo foram divulgados pelo procurador a alunos de uma faculdade particular onde ensina, em Ilhéus, e que ele não foi encontrado para falar sobre o assunto na faculdade ou pelo telefone celular.
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