Um homem acusado de morder um policial após discutir com um motorista e um cobrador de ônibus foi absolvido pelo juiz Narciso Alvarenga Monteiro de Castro, da 8ª Vara Criminal de Belo Horizonte. Cabe recurso.
O juiz informou em nota, divulgada pela Justiça, que absolveu o homem por considerar que não houve prova suficiente para justificar a sua condenação. Para o magistrado, só o fato de estar respondendo a este processo desde 2007 já representa “uma punição mais que suficiente para o seu dia de fúria”.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, o homem ficou inconformado com a mudança do itinerário do ônibus e agrediu verbalmente o cobrador e o motorista. Ao sair do veículo, chutou a porta traseira, quebrando o vidro. Ao ser abordado pela polícia, reagiu com socos, pontapés e mordidas.
No interrogatório, o homem admitiu ter chutado a porta do coletivo, mas negou ter resistido à prisão, dizendo que chegou a morder o braço do policial com o intuito de se defender.
O policial declarou que o homem não acatou a ordem de parada. O homem estaria com uma criança no colo e teria dado socos, chutes e uma mordida no braço do policial. Somente a mordida foi confirmada por testemunhas. Não houve laudo que comprovasse os danos causados ao ônibus.
Para o juiz, não ficou evidente que tenha sido o chute que determinou a quebra do vidro da porta, pois não se sabe se ele já estava trincado ou mesmo solto, já que os veículos da empresa tinham seis a oito anos de uso.
O magistrado considerou difícil de acreditar que o homem tenha chutado e dado socos em um policial armado. “Ainda mais com uma criança de quatro anos no colo”, refletiu. Para ele, o fato de ter mordido o policial se mostrou justificado pelas circunstâncias, pois a sua intenção não era desacatar o policial e sim preservar a sua filha.
“Todos sabem do tormento pelo qual passa o cidadão que utiliza o transporte público em nossa capital, de modo geral, de qualidade sofrível. Ainda milita em favor dele o fato de estar se dirigindo a um hospital e o atraso, causado pela mudança no itinerário, o estressou ainda mais”, disse o magistrado.
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