A polícia do Rio estuda indiciar por homicídio culposo a estagiária do curso técnico de enfermagem suspeita de ter injetado café com leite num cateter ligado à veia de uma idosa que estava internada no Posto de Atendimento Médico (PAM) de São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
Palmerina Pires Ribeiro, 80, morreu na tarde de anteontem, após o café
ter sido ministrado. O delegado Haroldo Luís de Carvalho, da 64ª DP,
disse que ainda investiga a participação de uma segunda estagiária no
atendimento à idosa.
Nenhuma delas foi ouvida ainda. Segundo Carvalho, pessoas que trabalham
no posto médico disseram que as estagiárias não têm permissão para
atender os pacientes sem supervisão. Ao começar a trabalhar no local,
elas teriam assinado um documento em que se comprometiam a não realizar
nenhum procedimento por conta própria.
O supervisor delas disse ao delegado que não estava na sala no momento
do erro e que não foi avisado pelas jovens de que iriam ministrar café
com leite para Ribeiro. Segundo parentes, a mulher tinha duas sondas
ligadas ao corpo. A primeira, no nariz, levava alimentação direto para o
estômago; a segunda, em um dos braços, era usada para injetar soro e
medicamentos diretamente na corrente sanguínea.
O café deveria ter sido injetado na primeira, mas acabou sendo colocado
na segunda. "Vamos ter que ouvir as duas para saber se efetivamente
alguém mandou [elas fazerem os procedimento]", disse Carvalho, que não
descarta indiciar outras pessoas e o próprio posto médico por omissão.
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