Ficou muito feio para a Câmara de Vereadores de Itabuna o fato ocorrido em suas dependências no dia 27 de abril. A data entra definitivamente para a história como o dia em que ficou evidenciado o desrespeito ao legislativo municipal, que foi tratado como uma casa qualquer pelo comandante do 15º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Jorge Ubirajara Pedreira.
Na antevéspera da partida, já que nesta quinta ele vai embora para Vitória da Conquista, o oficial chegou mau-humorado para a sessão convocada pelo vereador Solon Pinheiro (PSDB) com o propósito de discutir a segurança no município. Farejou segundas intenções na iniciativa e resolveu desancar o edil, marinheiro de primeira viagem, que visivelmente tremeu nas bases diante da contundência da autoridade.
Talvez insatisfeito com a breve partida, ou irritado com os resultados auferidos por ele próprio no comando da PM local, Ubiraraja parece que estava à procura de um bode expiatório. Achou o jovem vereador, que poderia ter defendido melhor a sua condição de representante do povo.
Solon poderia ter dito, inclusive, que a Câmara tem total legitimidade para propor um debate sobre segurança pública ou qualquer outro assunto de interesse do município. O fato desse serviço ser uma responsabilidade do Estado não tira do legislativo municipal a prerrogativa de discuti-lo e propor inclusive soluções não-policiais. Quem sabe de um debate como esse, se não fosse frustrado, não surgisse uma proposta de ação social em determinada área tomada pela violência?
Mas não, pois a audiência da paz sucumbiu diante do destempero. E o tenente, no afã de chutar a canela do tucano, ofendeu a todo o Poder Legislativo e por extensão os cidadãos por ele representados. Solon, ainda inexperiente,ficou acuado e por pouco não recebeu ordem para se deitar no chão e pagar 250 flexões. Pior, estava sozinho, pois os outros 12 membros da casa não deram as caras para exigir o devido respeito àquele poder constituído.
Lamentável.
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