A adolescente Halobenede Sousa, 16 anos, desaparecida em Ibicuí, já está em casa. Depois de seis dias sem dar notícias, ela reapareceu e disse ter sido levada para Salvador depois de dopada por um casal. "Pensei que minha filha estava morta", revelou a mãe. P. 6.
Chegou ao fim o mistério que envolvia o desaparecimento da adolescente Halobenede Sousa Santana, de 16 anos. O caso, que mobilizou a população da pequena cidade de Ibicuí, teve um desfecho feliz. A moça, que ficou seis dias sem dar notícias, já está em casa, onde chegou na manhã de sexta-feira (30).
Ao Diário Bahia, a mãe da garota, Gilcélia Almeida de Sousa, contou detalhes da versão relatada pela filha para justificar o sumiço. Mesmo por telefone, foi possível sentir a emoção mesclada com felicidade tão nítida na voz da dona de casa. "Nossa! Eu passei seis dias doente, de cama. Pensava que minha filha estava morta. Pensava: é minha única filha mulher, criei com tanto carinho para perder assim. E agora ela está aqui comigo", desabafou.
Halobenede confirmou tudo o que a amiga dela contou em depoimento na delegacia. Elas estavam realmente na casa de um homossexual, em Ibicuí, e tiveram uma discussão. Com raiva e medo de a outra jovem contar um segredo que havia entre as duas, a adolescente saiu correndo por uma ladeira. E foi aí, exatamente nesse trecho, que começou o suposto drama da menina.
Raptada para Salvador
Segundo contou para Gilcélia, Halobenede foi abordada por um homem e duas mulheres que estavam dentro de um carro. O grupo havia lhe pedido uma informação sobre a localização de um bar mais próximo. Ela teria entrado no veículo para guiar os turistas, que ofereceram uma bebida. Foi a última coisa que ela diz lembrar. Acordou em Feira de Santana e de lá foi levada para Salvador, onde foi deixada numa estação de trem.
A suspeita é de que ela tenha sido vítima do "boa noite, cinderela", uma espécie de golpe usado, na maioria da vezes, com o objetivo de roubar ou estuprar a pessoa. No entanto, Halobenede afirma que não está sentindo nada, fisicamente, e garante não se lembrar do que aconteceu depois de ingerir a tal bebida. Mesmo assim, ela terá acompanhamento médico e psicológico que, de acordo com dona Gilcélia, será disponibilizado pela prefeitura de Ibicuí.
Sem dinheiro e num lugar desconhecido, Halobenede relatou que se aproximou de uma catadora de lixo. Foi esta mulher quem a teria acolhido. A estudante disse, ainda, que chegou a ajudar a senhora no trabalho diário. E na quinta-feira (29), pela manhã, ela colocou a adolescente no ônibus de volta para casa. A menina chegou a Ibicaraí por volta das 23 horas daquele mesmo dia e foi para a residência de uma tia, porque não tinha mais dinheiro. A mãe e os irmãos, então, foram buscá-la na manhã do dia seguinte.
"Graças a Deus, minha filha está aqui comigo. O que passou, passou. Não tem lugar para raiva ou mágoa. Agora é só felicidade", comemorou dona Gilcélia. O desespero da família foi tanto que os irmãos promoveram um protesto, dois dias depois do desaparecimento da moça. Os manifestantes chegaram a interditar a rodovia Ibicuí-Itabuna, causando um congestionamento quilométrico. Texto Diário Bahia
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