Ricardo Ribeiro ricardoribeiro@pimentanamuqueca.com.br
Ao apontar a existência de bandidos entre os homens e mulheres de toga, Eliana Calmon foi verdadeira demais.
No mundo jurídico, o sujeito aprende a cultuar a aparência desde a faculdade. Enquanto é instruído sobre direito penal, civil, trabalhista etc, o aluno de direito absorve quase por osmose o que pode ser entendido como um manual de etiqueta específico dos que atuam nessa área. As características se notam nas roupas, no vocabulário e na chamada “máscara” de alguns que, já no primeiro semestre do curso, sentem-se verdadeiros ministros do Supremo Tribunal Federal. Muitos se esforçam para colecionar expressões em latim e são incapazes de, até num bate-papo na mesa de um boteco, expressar discordância sem iniciar a frase com um pomposo “data vênia”.
Sem atentar para qualquer perfumaria jurídica, a presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Eliana Calmon, afirmou com todas as letras que há bandidos de toga. A afirmação seca, direta, mas absolutamente verdadeira, machucou uma classe habituada a julgar, mas sem o menor jeito para enfrentar o desconfortável banco dos réus. Em defesa dos que vestiram, além da toga, a carapuça, insurgiu-se o presidente do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso. Ele tentou enquadrar a representante do CNJ, mas acabou emparedado pela sociedade, que concorda com Eliana Calmon.
Sobre o posicionamento da ministra, diga-se de passagem uma baiana retada, vale destacar que ele incomodou duplamente o presidente do Supremo. Ele certamente não gostou do conteúdo, assim como não aprovou a forma. Ao apontar a existência de bandidos entre os homens e mulheres de toga, Eliana Calmon foi verdadeira demais e espontânea ao extremo, sem fórmulas empoladas e abrindo mão de artificialismos forenses. Se cometeu “pecado”, foi por demonstrar que é um ser humano capaz de se revoltar com a corja de larápios que anda por aí a distribuir e comercializar sentenças no varejo e no atacado, fazendo da justiça balcão de negócios escusos. É uma minoria que enlameia o judiciário e existe sim, meritíssimo!
Neste domingo, 02, o ministro Marco Aurélio Mello, relator da ação que propõe o encurtamento do braço do CNJ, reconheceu ao jornal Correio Braziliense que a presidente Eliana Calmon não falou nenhuma mentira. Mas ele fez a seguinte ressalva: “a expressão que a ministra usou, ‘bandido’, foi muito forte”.
Teria faltado um “data vênia”?
Ricardo Ribeiro é um dos blogueiros do PIMENTA.
Ao apontar a existência de bandidos entre os homens e mulheres de toga, Eliana Calmon foi verdadeira demais.
No mundo jurídico, o sujeito aprende a cultuar a aparência desde a faculdade. Enquanto é instruído sobre direito penal, civil, trabalhista etc, o aluno de direito absorve quase por osmose o que pode ser entendido como um manual de etiqueta específico dos que atuam nessa área. As características se notam nas roupas, no vocabulário e na chamada “máscara” de alguns que, já no primeiro semestre do curso, sentem-se verdadeiros ministros do Supremo Tribunal Federal. Muitos se esforçam para colecionar expressões em latim e são incapazes de, até num bate-papo na mesa de um boteco, expressar discordância sem iniciar a frase com um pomposo “data vênia”.
Sem atentar para qualquer perfumaria jurídica, a presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Eliana Calmon, afirmou com todas as letras que há bandidos de toga. A afirmação seca, direta, mas absolutamente verdadeira, machucou uma classe habituada a julgar, mas sem o menor jeito para enfrentar o desconfortável banco dos réus. Em defesa dos que vestiram, além da toga, a carapuça, insurgiu-se o presidente do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso. Ele tentou enquadrar a representante do CNJ, mas acabou emparedado pela sociedade, que concorda com Eliana Calmon.
Sobre o posicionamento da ministra, diga-se de passagem uma baiana retada, vale destacar que ele incomodou duplamente o presidente do Supremo. Ele certamente não gostou do conteúdo, assim como não aprovou a forma. Ao apontar a existência de bandidos entre os homens e mulheres de toga, Eliana Calmon foi verdadeira demais e espontânea ao extremo, sem fórmulas empoladas e abrindo mão de artificialismos forenses. Se cometeu “pecado”, foi por demonstrar que é um ser humano capaz de se revoltar com a corja de larápios que anda por aí a distribuir e comercializar sentenças no varejo e no atacado, fazendo da justiça balcão de negócios escusos. É uma minoria que enlameia o judiciário e existe sim, meritíssimo!
Neste domingo, 02, o ministro Marco Aurélio Mello, relator da ação que propõe o encurtamento do braço do CNJ, reconheceu ao jornal Correio Braziliense que a presidente Eliana Calmon não falou nenhuma mentira. Mas ele fez a seguinte ressalva: “a expressão que a ministra usou, ‘bandido’, foi muito forte”.
Teria faltado um “data vênia”?
Ricardo Ribeiro é um dos blogueiros do PIMENTA.
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