A saída definitiva de Gilson Nascimento do grupo político do prefeito Capitão Azevedo (DEM) caiu como uma bomba no governo itabunense. Azevedo sabia das divergências no campo político, mas não esperava que o ex-secretário de Administração desse uma guinada de 180 graus e acabasse filiando-se ao PCdoB.
Ironicamente, o ato de filiação de Gilson ocorreu na churrascaria Los Pampas, onde Azevedo se encontrava e discutia sobre limites territoriais de Itabuna e Ilhéus com o prefeito ilheense, Newton Lima (PSB).
Azevedo, ao contrário do comportamento em todas as vezes que encontrava o vereador e presidente do PCdoB itabunense, cumprimentou Wenceslau Júnior com frieza, acusando o golpe da filiação de Gilson à legenda cururu. Também não foi efusivo o cumprimento ao amigo e agora adversário no campo político. O PIMENTA conversou com o novo comunista da praça. Eis o papo:
PIMENTA – Por que o senhor decidiu aceitar o convite do PCdoB e a indicação ao Detran?
Gilson Nascimento – Primeiro, não foi por um convite para simplesmente dirigir o órgão, mas por acreditar em um projeto político e em um grupo consistentes. Nosso preocupação será melhorar o atendimento no Detran. Eu tenho experiência na área de trânsito, fui convidado por Rosivaldo Pinheiro e Wenceslau Júnior, achei viável o projeto e não se discutiu nomes, mas um projeto para recuperar o Detran em Itabuna.
Esse seu alinhamento com o PCdoB já sinaliza qual o seu comportamento para 2012?
A partir de agora a gente se integra às discussões do partido, que pretende lançar candidato a prefeito e estaremos juntos para desenvolver este projeto.
Essa sua decisão sinaliza claramente o rompimento político com o prefeito Capitão Azevedo (DEM)?
Esse rompimento se deu já na minha saída do governo. Gosto muito do prefeito, é meu amigo particular, mas no campo político estaremos em campos antagônicos. Continuaremos amigos e não temos problemas pessoais.
A sua decisão de sair do governo se deu, exatamente, por qual razão?
Ocorreu uma dicotomia política quanto ao alinhamento em relação ao governo do estado. Eu sou servidor do estado, acreditei nos projetos de [reeleição] de Wagner e[eleição] de Dilma e nos projetos da base aliada do governo. Esperávamos a aliança política, tentamos de toda forma trazer [Azevedo] para a base aliada. Mas dada a resistência e a decisão do prefeito de continuar no DEM, decidimos separar em relação a pensamento político.
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