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quinta-feira, 14 de junho de 2012

CORRUPÇÃO SE ALASTRA COMO PRAGA


Uma ex-diretora financeira da BGE, empresa do grupo Brookfield, diz que a multinacional pagou, entre 2008 e 2010, R$ 1,6 milhão em propinas para liberar obras irregulares nos shoppings Higienópolis e Paulista, em SP. Em entrevista à Folha, Daniela Gonzalez afirma que a empresa que administra vários shoppings pagou propina a Hussain Aref Saab, ex-diretor do setor de aprovação de prédios da prefeitura, e ao vereador Aurélio Miguel (PR). Aref adquiriu 106 imóveis nos cerca de sete anos em que dirigiu o Aprov, conforme o "TV Folha" revelou em 13 de maio. A suspeita é que cobrava propina para a liberação de obras irregulares. Segundo Daniela, Aref recebeu suborno dos dois shoppings em vários momentos. Em um deles, no valor de R$ 133 mil, teria facilitado a liberação de obra no Higienópolis, apesar de o local não cumprir exigências legais. Já Aurélio Miguel, segundo ela, intermediou na CET, onde tem influência política, as obras de ampliação do Pátio Paulista, mesmo sem o empreendimento ter cumprido exigências do órgão. Aurélio Miguel e Aref negam as acusações. A Brookfield, em nota, diz que não compactua com atos ilícitos. Daniela, demitida da empresa em 2010, repetiu as mesmas informações ao Ministério Público, que já abriu inquérito para apurar o caso. Ela entregou à Folha e aos promotores cópias de notas fiscais e e-mails trocados por diretores do grupo que, segundo ela, comprovam o pagamento de propinas.

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