O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, diz que o Brasil tem uma inflação de base renitente entre 5% e 6% --acima do centro da meta do BC, de 4,5%. Ele não enxerga, porém, nenhum risco de um surto inflacionário no horizonte. "Pelo que a gente observa, a inflação de base no Brasil está nessa faixa de 5,5%... Entre 5% e 6%. Ela não supera isso, mas também dificilmente fica abaixo disso", declarou Pimentel em entrevista ao Poder e Política, programa da Folha e do UOL. A inflação (IPCA) nos últimos 12 meses terminados em março estourou o teto da meta de 6,50% e atingiu 6,59%. Ele vincula a recuperação da competitividade da economia como um todo para que se possa "ter uma inflação de base mais baixa" no país. Quando será?
"É um processo um pouco mais lento, vai demorar um pouco mais de tempo, mas ela [a inflação] vai cair", disse, acrescentando que isso será possível com as medidas de combate aos gargalos logísticos em curso no governo Dilma.
Enquanto isso, o ministro admite que a economia brasileira tem "um limite para o crescimento" sem que se gere alta de preços. Ele evita precisar qual seria esse PIB potencial. "Deve estar mesmo nessa faixa de 3% e 4%. Talvez um pouco mais, de 4,5%. A partir daí você começa a ter problemas, porque advém dos gargalos logísticos, de uma pressão excessiva sobre o mercado de mão de obra". Por isso, reconhece que, até solucionar seus gargalos logísticos, o país vai conviver com "taxas de crescimento que não são exuberantes, mas suficientes para sustentar o pleno emprego e o crescimento da renda". Em seus cálculos, "isso vai levar dois, três anos para resolver". Mas mesmo patinando internamente, o Brasil se acha no dever de ajudar países amigos que enfrentam dificuldades maiores na economia. Pimentel sugere que deve ser adiada a entrada em vigor do livre comércio de automóveis e autopeças com a Argentina, previsto para vigorar a partir de julho. "Se isso for uma demanda da Argentina, não vejo por que não atendê-los".O ministro acrescenta, entretanto, que o governo da presidente Dilma Rousseff considera ideal o livre comércio, o que aumentaria o superávit brasileiro no setor automotivo com os argentinos. (Fonte:Folha-Foto:Desenvolvimento).
Nenhum comentário:
Postar um comentário