O julgamento mais aguardado dos últimos anos começa na segunda-feira (19), às 9h, com a leitura do processo e o depoimento das testemunhas de acusação no processo em que o ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes, de 28 anos, é acusado de homicídio qualificado, sequestro e ocultação do cadáver de Eliza Samudio.
Bruno é pai do filho da jovem com quem teve um relacionamento amoroso, iniciado em 2009. O Tribunal do Júri acontecerá no fórum do município de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Além de Bruno, outros quatro réus serão julgados por envolvimento no crime, até hoje um grande mistério, principalmente pelo fato de o corpo de Eliza nunca ter sido localizado. Os demais acusados são Luiz Henrique Ferreira, o Macarrão, Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza e Fernanda Gomes de Castro.
Braço-direito de Bruno, Macarrão é acusado pelos mesmos crimes atribuídos ao jogador. Bola é apontado na instrução criminal como o autor do assassinato de Eliza Samudio, que, segundo a acusação, teria acontecido por asfixia na casa dele, no município de Vespasiano, a cerca de 20 quilômetros da capital. É acusado oficialmente de homicídio qualificado (pena de 12 a 30 anos) e ocultação de cadáver (pena de um a três anos). Já Dayanne, mulher de Bruno à época do crime, responderá por sequestro e cárcere privado (pena de um a três anos) do bebê de Eliza, Bruninho, hoje com 2 anos. E Fernanda, ex-amante de Bruno, também é acusada de ter mantido o bebê em cárcere privado.
Dez dias de julgamento
A acusação tem a sua tese para a motivação do crime, que teria sido engendrado porque Eliza Samudio queria que Bruno reconhecesse a paternidade de seu filho.
Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, o júri obedece a um rito. Em primeiro lugar, é feito o sorteio dos jurados. Depois, vem a leitura do processo, ou de parte dele, para que os participantes tenham melhor compreensão do caso. Em seguida, o juiz ouve as testemunhas de acusação e, depois, as de defesa. O próximo passo é interrogar os réus para, em seguida, ter início o debate oral entre acusação e defesa.
O primeiro a falar é o promotor de Justiça pelo Ministério Público e, em seguida, os advogados de defesa. Ao final, os jurados se reúnem para tomar a decisão final. A expectativa é que o júri do caso Eliza Samudio seja longo e dure, pelo menos, dez dias. As regras são rígidas. Apenas um jornalista de cada veículo de comunicação terá acesso ao plenário e imagens e fotos estão proibidas.
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