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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

QUANTOS MAIS DEVEM MORRER ?

Pai dedicado, o funcionário da empresa Rental, Edson Nei Ferreira do Nascimento, 48 anos, que trabalhava como terceirizado na distribuição do jornal A TARDE, não saía de casa sem beijar a filha Lara, de 10 meses. “Era raro, mas quando esquecia, ele voltava para beijar a menina”, contou a irmã dele, a professora Estermeire Ferreira do Nascimento, 39. Há quatro dias, a menina ficou sem o carinho do pai. Edson morreu no início da manhã da última segunda-feira (30), após ser atingido por uma bala perdida, quando passava de moto pela localidade conhecida como Iguatemi, em Periperi. O corpo dele foi sepultado no dia seguinte, no Cemitério Municipal do bairro.

Além de Lara, Nei, como era conhecido, tinha uma filha do primeiro casamento: Jéssica, de 17 anos. Segundo familiares, uma das principais preocupações do entregador era se manter empregado para poder dar “tudo do bom e do melhor para as filhas”. Ele costumava dizer que seguia o exemplo dos pais, que sempre se esforçaram para não deixar faltar nada a ele aos outros filhos.

“Meu filho era muito cuidadoso e carinhoso comigo. Sempre vinha saber como havia sido meu dia, quando chegava do trabalho”, disse a mãe, a pensionista Neusa Ferreira do Nascimento, 75, com a voz falhando e os olhos carregados de tristeza.

Brincalhão e amigo

Nei trabalhava na Rental há sete anos e era tido como brincalhão e bom colega. “Às vezes, a turma estava meio para baixo, ele chegava e motivava todo mundo. Para mim, ele era como um familiar”, disse o encarregado de distribuição da Rental, Elias Leolino de Souza, 47. Foi ele quem levou o encarregado em seu carro para o Hospital do Subúrbio. Naquela manhã, contou Elias, os entregadores saíram mais tarde do posto de entrega por causa de tiros ouvidos mais cedo nas proximidades.

Polícia sem pistas

Quem quer que tenha efetuado os disparos, ainda é um desconhecido da polícia. De acordo com a delegada do Departamento de Homicídios (DHPP), Laura Argolo, parentes e possíveis testemunhas devem ser ouvidas até a próxima semana. O capitão Czékus, da 18ª CIPM (Periperi), afirmou que a companhia realiza rondas e operações, constantemente, no Iguatemi. Inclusive, durante a madrugada.

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