A corrida sucessória em Itabuna se conduz para o afunilamento nessa etapa pré-convenções, já com os partidos buscando se definir, encontrar seu rumo. Quem tem bala na agulha, manterá sua candidatura e os que não tiverem nem munição de chumbinho serão meros coadjuvantes no processo. É assim em toda eleição e essa não será diferente. Ou será?
Na observação do cenário, percebe-se que em Itabuna haverá uma disputa de certa forma acirrada e, para manter a tradição, de caráter plebiscitário, com o eleitor escolhendo basicamente entre dois modelos. É difícil acreditar que o pleito fuja de tal característica, mesmo existindo pelo menos uma pré-candidatura fora desse “octógono” com alguma musculatura. Só é necessário saber se, além de músculos, há fôlego e resistência.
O que se nota de diferente, no campo da centro-esquerda, se é que esse termo ainda define alguma coisa na prática política, é o isolamento crescente do PT, partido cujo líder maior na cidade se apegou a articulações de viés coronelista. Como explicar um gesto de quem não apenas tenta enquadrar os diretórios locais dos partidos, mas ainda por cima alardeia pelos quatro cantos que sua vontade será imposta por ordens de cima pra baixo? Estranho, hein!
O componente da arrogância, gritante neste momento político grapiúna, é de fato o que pode determinar movimentos inesperados no tabuleiro. Por exemplo, hoje o PCdoB, mesmo sendo da base do governo Wagner e, portanto, um aliado em potencial do PT, teria sérias dificuldades para acomodar-se numa construção com o petismo. Ainda que os caciques deliberem por tal caminho, sob as tais pressões externas, onde a militância esconderá seu ressentimento na hora de ir pra rua?
O pré-candidato do PRB, Claudevane Leite, também afirmou que tem confiança absoluta de sua legenda e não apoiará de forma alguma o PT, embora afirme aceitar de bom grado o apoio na mão inversa. Mas ele faz o convite já sabendo que o exercício de tal humildade está fora das cogitações do cacique petista local.
– E se vier ordem de cima para uma aliança com o PT? – este escriba perguntou certa feita. Claudevane, um homem que preza pelo valor da palavra empenhada, afirmou sem pestanejar: “se isso acontecer, embora eu possa lhe adiantar que nem se cogita, o partido vai sozinho e eu estou fora”.
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