O Ministério Público de São Paulo abriu uma investigação para apurar os pagamentos feitos a magistrados e servidores do Judiciário paulista que supostamente "furaram a fila" de quitações de passivos trabalhistas do Tribunal de Justiça estadual. O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Márcio Elias Rosa, chefe do Ministério Público estadual, afirmou que as situações sob apuração são "graves" e podem levar à abertura de ações de improbidade administrativa contra os envolvidos. Como revelado pela Folha em dezembro, o primeiro órgão a investigar os supostos pagamentos privilegiados do Tribunal de Justiça foi a Corregedoria do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). A corregedoria realizou uma inspeção nas dependências do tribunal entre 5 e 14 de dezembro e agora analisa a documentação e os dados obtidos à época na corte. No início de janeiro, logo após assumir a presidência do TJ, o desembargador Ivan Sartori determinou a abertura de investigações sobre os pagamentos suspeitos. O procedimento do tribunal levou à identificação de cinco casos considerados mais graves pela direção da corte, nos quais cinco desembargadores receberam entre R$ 400 mil e R$ 1,5 milhão no período de 2006 a 2010. A investigação apontou também que magistrados beneficiaram assessores e funcionários ligados a eles com pagamentos "fora da fila" entre R$ 100 mil e R$ 250 mil. Outros 211 casos de pagamentos de passivos fora da ordem padrão do TJ passaram a ser objeto de apuração. Nos cinco casos considerados mais graves, o Órgão Especial do TJ decidiu abrir sindicâncias e suspendeu os pagamentos de verbas atrasadas aos magistrados.
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