Coronel disse que não fala com a sociedade civil

O coronel Souza Neto, da Corregedoria da PM e responsável pelo Inquérito Policial Militar que apura a conduta de membros da corporação durante a greve ocorrida no mês passado, recusou-se hoje a receber representantes da sociedade civil de Itabuna, no 15º Batalhão da PM.

Souza Neto veio a Itabuna para ouvir os seis soldados que estão presos no batalhão local. Para lá acorreram representantes da OAB, como o presidente Andirlei Nascimento e o conselheiro Davi Pedreira (Direitos Humanos), além da imprensa, católicos, pastores e sindicalistas. Entre estes, Jairo Araújo, da diretoria do Sindicato dos Comerciários.

Ao saber que o grupo queria falar com ele, Souza Neto foi logo dizendo que não conversava com sociedade civil e faria somente a ”gentileza” de receber o presidente da OAB. Pedreira solicitou que o coronel falasse isso para que todos ouvissem e ele repetiu em alto e bom som, deixando todos estarrecidos com sua postura.

“Estávamos lá para dizer que não concordamos com as prisões dos policiais, porque durante a greve não houve envolvimento deles em atos de vandalismo”, declarou Davi Pedreira. Para ele, “a greve pode ter sua legalidade questionada, porém foi necessária e justa”.

Jairo Araújo, também barrado, disse ter se espantado com a arrogância do coronel. “A postura dele faria morrer de inveja os piores generais da ditadura militar”, declarou o sindicalista.

Representantes da comissão que esteve no 15º BPM dizem ter recebido informações de que Souza Neto costuma dar gritos e murros na mesa durante as audiências com os policiais. “Os PMs estão sendo tratados como bandidos e isso é lamentável”, reclamou Pedreira

fonte:pimentablog