O PMDB do Senado mostrou hoje que também não está satisfeito com o Planalto. O voto dos senadores peemedebistas foi decisivo para a primeira grande derrota do governo Dilma Rousseff no Senado – a não recondução de Bernardo Figueiredo ao cargo de diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Figueiredo era homem de confiança de Dilma para conduzir o projeto do trem-bala que ligará São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro.
A vacância no cargo – até que o Executivo encaminhe a indicação de outro nome para a agência – fortalece o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros. No momento, apenas dois diretores respondem pela ANTT: Jorge Macedo Bastos e Ivo Borges de Lima. Na indicação de ambos tem o dedo de Renan.
Bastos chegou à ANTT com a benção de Renan, do ex-ministro das Comunicações e ex-senador Hélio Costa (PMDB-MG), e de seu suplente no Senado, Wellington Salgado (PMDB-MG). Bastos foi assessor parlamentar de Costa e Salgado e dirigia um time de basquete de Brasília, de propriedade de Salgado. A propósito, Wellington Salgado veio de Belo Horizonte acompanhar a derrocada de Figueiredo pessoalmente – ele assistiu à votação dos fundos do plenário, instalado no café dos senadores.
Ivo Borges Lima foi assessor do senador Gim Argello (PTB-DF) e tesoureiro do partido no Distrito Federal. Argello é o principal escudeiro de Renan Calheiros no Senado.
A ANTT está sem comando desde o último dia 18, quando venceu o mandato de Bernardo Figueiredo, cuja recondução já havia sido aprovada pela Comissão de Infraestrutura do Senado. Faltava o aval do plenário. Além disso, o Executivo tem de indicar mais dois nomes para completar as cinco cadeiras da diretoria.
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