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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

POLÍCIA PRENDE ACUSADOS DE ESTUPRO COLETIVO

Foto: G1
Foto: G1

Após a consolidação dos depoimentos dos dez suspeitos de envolvimento em uma festa que terminou com um estupro coletivo e duas mortes em Queimadas, na Paraíba, o delegado regional de Campina Grande, André Rabelo, informou que o inquérito do caso totalizou cinco, e não seis estupros, conforme a Polícia Civil havia divulgado antes. Segundo o delagado, houve um engano no levantamento das vítimas porque os suspeitos usavam dois nomes diferentes para se referir a uma mesma pessoa. "Gostaria até de esclarecer que havia nesse apanhado de informações algumas dúvidas quanto a essa sexta vítima. Na verdade, se tratava de Ju, que é a própria Isabela, que foi vítima de violência sexual", explicou.

Segundo André Rabelo, as dez pessoas ouvidas pela Polícia Civil citam a professora Isabela Pajuçara Frazão Monteiro, de 27 anos, por dois nomes diferentes (Isabela e Ju), o que levantou suspeitas de que houvesse uma sexta mulher envolvida nos abusos sexuais. Conforme a delegada Cassandra Duarte, que interrogou os presos, ela e a recepcionista Michele Domingues da Silva, de 29 anos, foram executadas porque reconheceram os agressores.

De acordo com a Polícia Civil, a venda usadas nos olhos de uma das vítimas se soltou e ela percebeu que estava sendo violentada por um amigo. As duas mulheres teriam sido colocadas na carroceria de uma caminhonete. Uma delas, Michele, conseguiu pular do veículo em movimento e caiu ao lado de uma igreja, onde foi encontrada morta a tiros.

"Minha filha se jogou ao lado da igreja. Ela morreu para fazer justiça. Se não fosse daquela maneira, a justiça não teria sido feita. Talvez a gente não tivesse nem encontrado o corpo dela, nem de Ju", disse a mãe de Michele, Maria José Silva. Já a mãe de Isabela, Maria de Fátima Frazão, diz conviver com uma dor insuportável. "Meu coração de mãe está muito sofrido, porque a gente cria com tanto amor, tanta dedicação, tanto respeito e vê uma injustiça dessa", relatou.

Conforme a delegada Cassandra Duarte, os suspeitos revelaram que várias convidadas da festa chegaram a ser violentadas mais de uma vez por homens diferentes. Sete adultos e três adolescentes estão detidos por envolvimento no estupro coletivo e nas mortes. Por questão de segurança, os homens foram transferidos para a penitenciária de segurança máxima PB1, localizada em João Pessoa. De acordo com o diretor do presídio, capitão Sérgio Fonseca, eles serão mantidos em um setor separado por cinco dias e depois serão integrados ao convívio com os demais detentos.

Caso

Uma festa de aniversário terminou em tragédia na madrugada do domingo (12) no município de Queimadas, 147km de João Pessoa. Segundo informações da Central de Operações da Polícia Militar (Copom), seis homens armados invadiram uma casa no Centro da cidade, fizeram reféns no local, roubaram dinheiro e, na fuga, mataram duas mulheres.

A Copom informou que o caso aconteceu por volta da meia-noite (horário local), quando os criminosos entraram no local pelo portão da frente e trancaram os donos da casa no banheiro, os homens em um quarto e as mulheres em outro. Os reféns foram amarrados com lacres do tipo “enforca-gato” e algumas mulheres ainda foram abusadas sexualmente pelos suspeitos.

Os homens fugiram no carro de um dos convidados da festa, um Fiat Strada, levando R$ 5 mil em dinheiro e duas reféns, segundo a Copom. Uma delas, de 29 anos, foi assassinada em frente à igreja do Centro de Queimadas, atingida por quatro tiros, sendo dois na cabeça. Ela ainda foi levada ao Hospital de Queimadas, mas não resistiu aos ferimentos.

A segunda vítima, de 27 anos, foi encontrada na estrada que liga Queimadas a Fagundes dentro do carro usado na fuga dos criminosos. Ela foi atingida por três disparos e foi encontrada com uma meia dentro da boca e hematomas pelo corpo.

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