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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

PAI DESABAFA: QUERO A MINHA FILHA VIVA OU MORTA

Pai desabafa: quero minha filha viva ou morta

Dor, angústia, sofrimento. Estes são os sentimentos de um pai que espera apenas por duas respostas taxativas, que podem mudar para sempre a vida de uma família. Viva ou morta. Para o funcionário público Crispiniano Lisboa, pai da estudante Clébia Lisboa, desaparecida há exatamente 25 dias, a única coisa que importa neste momento é ter sua filha de volta. “Nem que sejam os ossos dela. Não agüento mais ficar sem saber o que aconteceu. Infelizmente, já não tenho mais esperanças”, desabafa.

Crispiniano, que mora em Teixeira de Freitas, diz que mal está conseguindo alimentar-se ou dormir. “Quando consigo tirar uma madorna, acordo com aquele impacto. É como se o céu estivesse desabando sobre minha cabeça”, afirma. O homem revela que está vivendo à base de calmantes e que, por conta do seu estado emocional, não dirige mais. “Meu irmão é quem tem me levado aos lugares para resolver as coisas e para ir a Itabuna, saber notícias das investigações”, confessa.

Em situação parecida está a mãe de Clébia, que mora no município de Prado. Segundo o funcionário público, a ex-mulher está dopada. “Não desejo nem ao pior dos seres humanos a dor que estamos sentindo”, diz, emocionado. E ele continua: “O que esperar depois de tantos dias? Por onde eu vou, divulgo foto, falo, deixo os telefones para contato. Tenho recebido ligações de internautas de vários países. Pessoas da Holanda, Itália, Portugal que nunca vimos, me ligam querendo saber notícias. E o que eu posso dizer? Nada”, dispara Crispiniano, num fio de voz, tentando controlar a emoção.

As lembranças da filha desaparecida são fortes, assim como a saudade e o sofrimento pela falta de informações. “É duro dizer isso, mas é quase impossível que essa moça esteja viva depois de tantos dias. Nem um telefonema, nem uma mensagem. A Polícia também não nos diz nada que diminua essa ansiedade”, lamenta o funcionário público.

Suspeito

Para o pai da estudante, o ex-namorado da filha, Silvio Paulo Maciel, ainda continua sendo o principal suspeito. Há aproximadamente duas semanas, uma notícia até então mantida em sigilo, veio à tona, pegando a própria família de surpresa. Clébia, segundo o funcionário público, apanhava do estudante de Direito e chegou a confidenciar as agressões físicas à ex-madrasta, que mora em Portugal.

“Tudo o que eu sei é que o carro dele, que foi financiado por Clébia, foi periciado e devolvido a ele. E que também foi quebrado o sigilo telefônico do Sílvio, que estaria viajando, mas não sei para onde”, contou Crispiniano. “Eu só quero da Polícia um desfecho desse caso”, reforça.

Antes do misterioso desaparecimento, Clébia cursava o 5º semestre de Administração na Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) de Itabuna. “Ela dizia direto: ‘Painho, quero que o senhor seja meu padrinho de formatura’”, recorda o pai. Na época em que o sumiço da jovem tornou-se público, amigas da estudante disseram que a moça andou beirando à depressão depois de romper a relação com o estudante Silvio Paulo. Mas, nos últimos dias que antecederam o desaparecimento, ela já vinha se restabelecendo da decepção, chegando, inclusive, a sair com os amigos para barzinhos e festas da faculdade.

Um dia antes de desaparecer, Clébia estaria de viagem marcada para Ilhéus, onde pretendia passar a virada do ano, em companhia de um grupo de amigos. Algumas colegas, a avó do ex-namorado e o próprio Sílvio Paulo foram, aparentemente, as últimas pessoas conhecidas a estarem com a moça.

O caso está sendo investigado pela delegada Sione Porto e também pelo coordenador da 7ª Coorpin, Moisés Damasceno. “Eles me disseram que o sumiço de Clébia está sendo apurado pelo Serviço de Inteligência da Polícia Civil. Só peço uma coisa: tragam minha filha de volta”, desespera-se Crispiniano. Nesta terça-feira, o funcionário público está vindo a Itabuna, onde terá novamente uma conversa com os delegados responsáveis pela investigação.

A reportagem do Diário Bahia tentou falar, por telefone, com a Polícia, durante toda a manhã de ontem (24), mas sem sucesso.

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