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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

GOVERNO LANÇA PLANO VIVER SEM DROGAS

Plano quer reinserir usuários de drogas

O jovem Aécio Correia de Souza, 20 anos, teve a curiosidade de usar maconha ainda aos 14. “Presenciei vários colegas usando e achei que não tinha nada demais fazer o mesmo”. O que no início era apenas um experimento tornou-se um vício e Aécio passou a usar drogas mais pesadas, como cocaína e crack.

Para sustentar o consumo diário, o jovem começou a roubar e se envolveu com o tráfico. Hoje, recuperado, faz questão de contar a experiência e de como se livrou do vício. “Foram momentos difíceis para mim e minha família, pois não conseguia enxergar que estava no fundo do poço. Fiz meus pais e irmãos sofrerem, mas, graças a Deus, tive coragem em dar o primeiro passo e busquei um centro de recuperação. Foi a partir daí que voltei a ter dignidade”, enfatizou.

Assim como Aécio Souza, muitos adolescentes e jovens são usuários de algum tipo de droga ou entorpecente. Preocupado com a recuperação dos dependentes, o Governo da Bahia lançou nesta quarta-feira (11), no Centro de Convenções, em Salvador, o Plano Viver sem Drogas, que define políticas de prevenção ao uso de drogas.

“Essa é mais um etapa no enfrentamento ao uso das drogas. Vamos trabalhar em três frentes: prevenção, conscientização e reinserção social. É um problema social grave que afeta famílias e municípios, daí estarmos dando o primeiro passo para combater às drogas”, afirmou o governador Jaques Wagner.

Trabalho integrado

“O Governo entende que só a repressão não vai resolver o problema”, afirmou o secretário da Segurança Pública, Maurício Teles Barbosa, acrescentando que são importantes o esclarecimento e a informação com o objetivo de impedir que pessoas entrem no consumo das drogas. “É um trabalho integrado, que na outra ponta tem também a garantia da oportunidade de recuperação para os dependentes químicos, a fim de que eles possam voltar a conviver com os familiares”.

O plano, que integra o programa Pacto pela Vida e tem a coordenação da Superintendência de Prevenção e Acolhimento aos Usuários de Drogas e Apoio Familiar (Suprad), criada pelo Governo do Estado e vinculada à Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH),

contará com investimentos de R$ 42 milhões e vai contemplar as cidades com maior índice de crimes violentos.

Conforme revelou o secretário Almiro Sena, coordenador do programa, o plano está dividido em quatro eixos. O primeiro é a ampliação da rede do Sistema Único de Saúde (SUS), para enfrentamento ao abuso de crack e outras drogas, com o aporte de recursos do Governo do Estado/Sesab, no co-financiamento junto aos municípios, no funcionamento dos Centros de Atendimento Psicossoial (CAPs).

O segundo são as comunidades terapêuticas, que também terão recursos ampliados a fim de aumentar as vagas para atender aos usuários de crack e outras drogas. No terceiro estão a integração e a qualificação das redes de assistência social, ensino público estadual, segurança pública e justiça, para a prevenção e reinserção social de usuários, com ações nas áreas de comunicação, educação, esporte e cultura e em parceria com a sociedade civil, complementar ao SUS e ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS).

O apoio aos familiares que convivem com esta realidade é o quarto eixo da iniciativa, daí se priorizar a criação de uma rede de atendimento para atuar de forma mais sistematizada no acolhimento, tratamento e reinserção de usuários.

Acolhimento

Elaborado sob a coordenação da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), o plano é resultado de estudos da Câmara Intersetorial de Enfrentamento às Drogas do programa Pacto pela Vida e contou com a parceria de secretarias estaduais e de órgãos do poder público, que passaram a atuar na proposição de estratégias de prevenção ao problema das drogas.

Entre as secretarias parceiras, está a de Desenvolvimento Social e Combate a Pobreza (Sedes), que prevê a atuação conjunta com instituições de acolhimento, a fim de retirar das ruas usuários de crack, encaminhando-os para centros de reintegração. Segundo o secretário Carlos Brasileiro, essa ação vai ocorrer por meio do programa ‘Bahia Acolhe’, que beneficiará jovens em cerca de 20 cidades do interior baiano.

As organizações que trabalham na prevenção e tratamento de usuários de crack e outras drogas serão mapeadas com o intuito de identificar as práticas institucionais, investir em qualificação e favorecer uma cultura de atuação em rede. Estão previstos ainda o co-financiamento e o monitoramento de projetos das comunidades terapêuticas.

Informações e fotos SSP-BA

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