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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

CÂMARA , VEREADORES, AÇÃO


Ricardo Ribeiro | ricardoribeiro@pimentanamuqueca.com.br

A união tinha o objetivo de derrotar o candidato governista e, pela dinâmica imprevisível dos conchavos, resultou na eleição de Loiola.

Clóvis Loiola é um sujeito simplório, mas essa condição não tira do vereador itabunense o peso de ser potencial responsável pelas maracutaias armadas na Câmara de Itabuna nos anos de 2009 e 2010. Loiola pode não ser o único – aliás, certamente não é – mas quando se dispôs a tornar-se presidente do legislativo deveria saber que sua caneta teria poder. É como dizia Ben Parker, o tio do Homem-Aranha: “grandes poderes trazem grandes responsabilidades”.

Loiola virou presidente numa orquestração montada por vereadores mais astutos e integrada por outros novatos, num grupo que ficou conhecido como G7 e que, ao longo do tempo, ganhou números diversos, a depender de fatores externos, como a volúpia diante de cargos oferecidos pelo Executivo.

O tal G7, que nasceu oposicionista, naturalmente de ocasião, era formado por Loiola, Roberto de Souza, Ricardo Bacelar, Claudevane Leite, Wenceslau Júnior, Raimundo Pólvora e Solon Pinheiro. A união, selada às vésperas da eleição para a presidência da Mesa Diretora em 2008, tinha o objetivo de derrotar o candidato governista e, pela dinâmica imprevisível dos conchavos, resultou na eleição de Loiola.

O vereador que, sem querer dar ao adjetivo caráter de ofensa, não passa de um tabaréu, entrou de gaiato na presidência e acabou se embolando na esparrela. E os mandraquismos para inflar contracheques no esquema dos consignados pode ter sido apenas um dos “números” dos ilusionistas do legislativo. Numa casa que sempre teve de tudo em termos do que Dilma chamaria de malfeito, não terá surpresa quem esperar fatos novos em forma de criativas variações da arte de avacalhar a coisa pública.

Certa vez, no comando de uma sessão plenária, Loiola afirmou que a mesma seria encerrada por falta de “cloro”. Parecia uma premonição quase metafórica, mas foi só um deslize vocabular de quem pretendia suspender os trabalhos por ausência de quorum. A Câmara precisava, sim, de cloro em doses cavalares, mas Loiola agora precisa de melhores argumentos do que afirmar que foi usado.

Basta lembrar a regra segundo a qual “a ninguém é dado desconhecer a lei”, quanto mais quando se trata de um legislador. Complementamos com um ditado mais popular, que também serve para Loiola: “se não aguenta, pra que veio?”.

O ex-diretor de RH da Câmara, Kleber Ferreira, já reconheceu que as malandragens envolveram pelo menos meia dúzia de vereadores, além de servidores. Quando o atual presidente da Câmara, Ruy Machado, declarou que alguns membros do legislativo itabunense passariam o Natal de roupa listrada e vendo o sol nascer quadrado, o vereador Roberto de Souza pilheriou. Cabe aí mais um ditado, para regozijo do presidente: “quem ri por último ri melhor”. Só o povo ainda não riu, talvez por continuar sem entender a piada.

Ricardo Ribeiro é um dos blogueiros do PIMENTA

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