Neste sábado (31), a censura imposta ao Estadão completa um ano, sem perspectivas de solução. A ação judicial, aberta pelo empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), proíbe o jornal de publicar informações sobre a Operação Faktor, conhecida como Boi Barrica, da Polícia Federal, sob pena de multa de R$ 150 mil em caso de descumprimento.
“É essencial para a democracia uma imprensa livre para publicar TUDO – e responder e se responsabilizar pelo que publicou, arcar a posteriori pelo que publicou, mas nunca sendo impedida a priori. Isso é censura prévia”, diz o diretor de conteúdo do Estadão, Ricardo Gandour.
Em dezembro do ano passado, após a decisão ser criticada por diversas entidades ligadas ao jornalismo, juristas e políticos, Fernando Sarney resolveu desistir da ação, mas o Grupo Estado não aceitou.
“O jornal considera que este caso é de importância vital para toda a imprensa, e não apenas para o Grupo Estado. Foi por isso que, quando o empresário Fernando Sarney entrou com pedido de desistência da ação, o jornal não aceitou, preferindo que a Justiça se pronunciasse sobre o mérito, sobre a essência da ação – o que até agora não ocorreu”, explica Gandour.
De acordo com o diretor, mesmo tendo passado um ano da decisão e aparentemente ela ter caído no esquecimento, “sempre que se toca no assunto percebe-se que ele está vivo na preocupação das pessoas”. Gandour não esperava que a censura durasse tanto tempo e espera por uma solução.
“Temos feito tudo o que está ao nosso alcance e a decisão está nas mãos da Justiça”, afirma.
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