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segunda-feira, 5 de abril de 2010

O PAI DA MENTIRA




Apontado pela Polícia Federal como o homem da mala de dinheiro que seria usado na compra de um dossiê contra tucanos, o empresário petista Hamilton Lacerda virou fazendeiro no sudoeste da Bahia.
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De assessor parlamentar do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), com salário de cerca de R$ 5.000, Lacerda passou a tocar há dois anos uma fazenda com plantação de eucalipto e uma revenda de produtos agrícolas -negócios com capital social de R$ 1,5 milhão.
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Na propriedade, Lacerda tem como sócio Juscelino Dourado, ex-assessor de Antonio Palocci envolvido com um suposto negociador de propina para o PT.
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Foi Lacerda quem entregou a mala com R$ 1,7 milhão de origem ilícita para emissários petistas comprarem o dossiê que tentava ligar José Serra, então candidato a governador, a um esquema de venda fraudulenta de ambulâncias a prefeitos.
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O caso ficou conhecido como o escândalo dos “aloprados” -termo usado por Lula para classificar os petistas envolvidos- e contribuiu para que a eleição presidencial entre ele e o tucano Geraldo Alckmin fosse levada para o 2º turno.
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A PF indiciou Lacerda sob acusação de lavagem de dinheiro, mas não descobriu de onde veio o R$ 1,7 milhão -apreendido com dois emissários petistas num hotel em São Paulo.
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O petista nunca revelou a origem dos recursos. Na época, Lacerda era um dos coordenadores da campanha de Mercadante a governador. Com o escândalo, perdeu o cargo e deixou o PT.
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Com 247 hectares de área, a propriedade está avaliada em aproximadamente R$ 500 mil. Dourado, seu sócio mais ilustre, foi chefe de gabinete de Palocci até setembro de 2005.
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Ele deixou o cargo devido às suas ligações com um advogado que afirmou ter negociado propina de R$ 6 milhões para o PT em troca da renovação de um contrato da Caixa Econômica.
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Do jornal Folha de S. Paulo.

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