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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

TEM QUE SE DECLARAR "GUERRA"

Da meia dúzia de homicícios que foram cometidos em Itabuna no último fim de semana, um chama atenção. Paulo Sérgio da Silva, de 35 anos, foi assassinado porque se negou a dar 1 real a um viciado em crack. É o momento em que todos se perguntam qual o preço de uma vida ou se ela ainda está valendo alguma coisa em Itabuna.

Predominantemente, a sociedade sempre defendeu um tratamento diferenciado para o usuário de droga. Ele seria uma vítima do tráfico, portanto um problema social e não policial. O usuário precisa de tratamento e não de repressão.

A pergunta é: quais são as instituições capazes de recuperar usuários de crack no sul da Bahia? Entre as pouquíssimas existentes, qual tem estrutura, pessoal qualificado, terapias eficientes para libertar o viciado? Resposta: nenhuma.

A região e, em especial, as autoridades, continuam tratando de maneira negligente um problema de uma dimensão monstruosa. A sociedade se espanta com os homicídios, os “índices de vulnerabilidade”, mas não há uma ação incisiva, coordenada, inteligente, para enfrentar o mal que se avoluma.

Provavelmente, muitos ainda precisarão morrer até que essa letargia acabe. Enquanto isso, leiamos com avidez as páginas policiais, observemos os cadáveres na TV, com espanto passageiro e a falsa sensação de que aquilo não tem nada a ver conosco.

Para alguns, as notícias sobre a violência não passam de um entretenimento a mais, um assunto como qualquer outro, que não tem qualquer impacto sobre as suas vidas. A distração só vira problema quando o espectador ou alguém que lhe é próximo se transforma em objeto de reportagem. Aí, infelizmente às vezes é tarde demais para refletir sobre a omissão.

Em tempo: o usuário de crack deixa de ser exclusivamente um problema social na medida em que essa droga tira do indivíduo toda a capacidade de autocontrole. Para satisfazer o vício, ele rouba e mata, não há limites. Os fatos que se repetem todos os dias comprovam essa situação e obrigam a sociedade a rever conceitos e paradigmas.

É preciso declarar guerra ao crack, com todas as armas, de maneira dura, incisiva. Se não for assim, o caos que se avizinha vai se instalar de vez e ninguém estará imune a essa desgraça.

Do Politicaetc

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