Há quem acredite que a fé move montanhas. Não duvido disso e nem de que Deus existe. A religião tem uma importância muito grande na vida das pessoas e uma prática socio-religiosa que movimentam toda a população. Nesses lugares, sempre existe aquela senhora mais idosa, devota de determinados santos e que sabe todas as histórias sobre a vida desses milagreiros. É muito comum encontrar pequenos oratórios nas casas e, até mesmo, capelas nas fazendas. Para as solteiras, indicam Santo Antônio. Querendo proteção para os olhos, Santa Luzia. Nas causas impossíveis, São Judas Tadeu ou Santo Expedito. Dependendo do caso, é melhor se apegar com os dois e com todos os outros. Passando o feriado na fazenda, avistei o desesperado vaqueiro correndo atrás de um cavalo. Certamente o animal tinha fugido do cercado. Quando me aproximei da porteira, o cavalo passou como uma ventania e eu, mais que imediatamente, tranquei o fujão no curral. O vaqueiro chegou ao meu lado com o coração saindo pela boca. “Graças a Deus! Eu já tinha rezado para todos os santos para conseguir prender esse animal. Pedi a São Pedro, Santo Antônio, São Judas, Santo Expedito, Santos Dumont, e apareceu o senhor para me ajudar. Graças a Deus”! Me senti como se tivesse mais poder que todos aqueles santos e santas. Eu não poderia rir, mas a vontade era enorme. Percebi que a fé daquele homem era muito grande. Senti-me muito importante ao ser considerado santo junto com Santos Dumont. Ele é o pai da aviação, e eu? Estou mais para um coroa da porteira. Talvez fosse mais fácil e eficiente rezar para Santos Dumont quando se estiver com medo de voar. Mas acho que o avião não passa de um pássaro de lata para aquela gente. Voar é coisa para os pássaros. Melhor é ter os pés no chão, e muita fé, claro!
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