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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

PROIBIDO MORRER EM ITABUNA




Os auxiliares de necropsia do Departamento de Polícia de Itabuna (DPT) cruzaram os braços no inicio desta noite de terça-feira, 3, alegando falta de pagamento.

Segundo os dois únicos funcionários que ainda restam no quadro, o diretor do interior Claudomiro Pires, fez uma promessa de pagar os salários dos empregados, tirando dinheiro do próprio bolso caso a nova empresa que ganhou o direito de explorar os serviços não se pronunciasse, no entanto, o dia 30 chegou e nada foi resolvido. Os auxiliares terceirizados, se reuniram com a nova diretora do órgão em Itabuna, Márcia Valéria e não chegaram a nenhum acordo. Conforme um dos terceirizados, a nova comandante do barco furado informa que, existe a possibilidade de uma prefeitura contratar os auxiliares. Enquanto isso, o negocio é aguardar? E a conta de água e luz, quem paga?
De acordo com as informações, neste momento já são dois corpos sem o exame médico legal.

Perícias feitas a facão

No mês de maio o diretor do interior Claudomiro Pires, chegou a agendar uma inspeção em Itabuna, para verificar a precariedade com que são feitas as perícias na cidade. Mas, não houve a sonhada fiscalização.
Itabuna tem uma das taxas de homicídios mais altas do mundo, segundo estudo da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Enquanto isso, a polícia técnica não tem estrutura para fazer uma verdadeira perícia, pois o que se faz não passa de levantamentos cadavéricos.

O DPT de Itabuna não faz exames como pólvora combusta e alcoolemia (para medir o teor de álcool no sangue de um motorista envolvido em acidente, por exemplo). Falta até água para lavagem de corpos antes da necropsia. Ah, falta também carros suficientes para remover os cadáveres nos locais onde ocorrem assassinatos, acidentes, ou mesmo mortes comuns.

O resultado dessa defasagem é claro: por aqui, mata-se gente como se fosse barata e, em contrapartida, cresce o número de crimes não elucidados.

Se a perícia é feita “a facão”, a investigação fica difícil, não é?

Não se questiona aqui, é bom que se frise, a competência dos peritos de Itabuna, mas sim a ausência de condições para eles fazerem seu trabalho como deve ser feito.

(Blog Xilidroweb:Oziel Aragão/Celina Santos)

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