Pense em investir em jornalismo impresso num cenário adverso como o de 1999 no sul da Bahia. Pois a ousadia do jornalista Valdenor Ferreira foi ainda maior: lançou não um semanal para competir com as publicações de então, mas um diário, o Diário Bahia.

Exatamente nesta quarta (4), a publicação completa 12 anos. O jornal deu frutos (revista Bellas, mensal, e Contudo, semanal). Valdenor não esconde a receita que fez o filho pródigo vingar: “Muito trabalho, persistência e coragem”, ensina.

O projeto diário deu tão certo que revigou o mercado e foi seguido pelo concorrente Agora, até então uma publicação semanal.

Num papo rápido com o pimentablog, Valdenor fala desses 12 anos de caminhada.

PIMENTA – Qual a receita pra manter um jornal diário circulando 12 anos, no sul da Bahia?
Valdenor Ferreira - Muito trabalho, persistência e coragem. É preciso também saber administrar poucos recursos e trabalhar com base em nossa realidade.

Nestes 12 anos, você lembra quais as edições de maior impacto?
Uma foi a de um cara maluco que cortou o pênis e o jogou no rio Cachoeira. Fizemos uma sequência de fotos e vendemos muito jornal. Geraldo Borges fez a cobertura fotográfica. Outra, foi em 2002, quando Fernando Gomes, candidato a deputado estadual, saiu das urnas pensando que estava eleito. Toda a cidade pensava assim também. Nós apuramos e colocamos na manchete o contrário.

Lá no início, o que as pessoas diziam quando você anunciou que iria lançar um impresso diário em Itabuna?
Que não ia durar um mês. Passamos um ano no vermelho, como era previsto. Depois as coisas melhoraram. É aquela história, toda empresa tem prazo para começar a faturar. Somos o primeiro diário em offset.

Qual a marca do Diário e a sua maior contribuição nesses 12 anos?
Você sabe que a informação é, hoje, um patrimônio para quem sabe usá-la. Então, toda vez que a gente publica uma informação bem apurada, com todo o rigor jornalístico, estamos contribuindo para o crescimento da comunidade.